AGES - Casos Sobrenaturais

Jemma estava tentando deixar para lá e empurrar pro fundo do seu inconsciente tudo o que estava pensando, mas não estava funcionando. Era como tapar o sol com uma peneira, porque o objeto de seus pensamentos estava sentado bem à sua frente, com aquele sorriso que lhe deixava sem ar.

Ela percebeu tarde demais o que estava sentindo. A realização lhe atingiu como um tapa na cara. Havia se envolvido de um modo nos sentimentos, sendo cativada e conquistada pela risada dele, seu sorriso, o jeito que ele enrubescia quando ficava envergonhado, que não tinha jeito de isso acabar bem.

Por Deus, como ela queria segurar a mão dele novamente, mas ela não podia. Ela não acreditava que ele fosse magoá-la. O que ela achava era que iria acontecer como da última vez: acabaria focando-se demais no trabalho e esquecer o relacionamento.

Porém, ela se lembrou - e isso a deixou momentaneamente esperançosa - que ele conhecia o mundo dela. Ele não era um civil normal a quem ela precisava manter todo o seu trabalho e estudo em segredo. Isso... era perfeito.

Esse pensamento a animou, não só porque ela percebia o que estava sentindo, mas porque ela estava sentindo. Há muito que ela não se deixava, que não se permitia, vivenciar algo assim. E ela não queria parar. Estava com receio e muito medo, mas ela queria. Ela queria... ele.

E essa percepção tornou tudo mais doloroso. Porque ela já sabia que não havia jeito na terra ou no céu dele sentir o mesmo. E isso machucava.

Talvez... em alguma realidade alternativa.

Só desejava que tudo pudesse ser diferente. Que não existissem dramas, medos e decepções. Um mundo onde ele pudesse se apaixonar por ela também.

Ouviu-o perguntar sobre os lugares que costumava ir. Isso era um tópico sensível para ela ainda. Depois de tudo o que aconteceu, ela trancafiou essas lembranças bem no fundo da sua mente. Não era culpa dele, afinal ela deveria ter trabalhado nisso e não ignorado, mas era inevitável pensar na época em que ainda tinha seu grupo de amigos (e Ian) e eles faziam um monte de coisas juntos.

Mas isso não tinha importância. Se focou no sorriso dele, que parecia resgatá-la desses pensamentos. Seu sorriso era como um porto seguro.

Tentou lembrar-se de alguma coisa que fazia antes, mas era muito difícil. Não difícil de suportar, difícil de recordar em si. Ela ignorara tanto essa parte que era como se nunca tivesse existido. Como se fosse outra vida.

- Nós- - ela parou quando percebeu o plural que usara na frase. Não tinha mais direito de usá-lo. Ajeitou uma mecha de cabelo atrás da orelha enquanto corrigia a frase. - Eu... gostava muito de ir a qualquer parque - ela disse e olhou ao redor, sorrindo para as flores do restaurante. - Eu arranjava qualquer desculpa para ficar ao ar livre. Às vezes eu levava um livro ou só ouvia música - voltou a sorrir para ele.

John Constantine

–Bee, tem como você me fazer um favor? – ele só a chamava de ‘Bee’ quando realmente precisava que ela fizesse algo por ele.
Olhou em volta para o lugar onde estava.
–Tem como você e Steven cuidarem de Gem e pedir para Clar me encontrar no Royal Botanic Gardens?

Theodore O’Callaghan

Esperou ela responder sua pergunta e não teve como não notar o desconforto e algo que parecia tristeza passar pelo rosto dela. Ver aquele tipo de expressão passar pelo rosto dela lhe causava dor, dor física, como se realmente tivesse seu coração esmagado. Por que diabos isso tinha que doer tanto?!
Esticou a mão tocou o rosto dela com cuidado, quase uma carícia sutil e que até passaria imperceptível se não estivessem sentados de frente um para o outro.
–Está tudo bem? – dava pra ouvir a preocupação em sua voz enquanto perguntava isso.
E ele realmente se preocupava, queria vê-la bem, queria vê-la com aquele sorriso e aquele brilho nos olhos de quando estavam falando sobre viagens e sobre os egípcios.
O toque que fazia no rosto dela se tornou um carinho real enquanto a ponta de seus dedos tocava a pele dela de fora suave quase próximo aos lábios da morena ao passo que ele lhe sorria abertamente.
–Eu já disse que amo seu sorriso? – perguntou com um sorriso e um ar de riso alegre nos olhos –Então não faça expressões tão tristes. – pediu antes de colocar uma mecha do cabelo de Jemma para trás da orelha dela e afastar a mão.
Ouviu a resposta dela prestando verdadeira atenção, queria ser capaz de recordar cada pequeno detalhe que aprendesse sobre ela. Como pequenos tesouros que guardaria.
Um sorriso curto escapava misturado a um pequeno riso nasal ao ver o sorriso dela. Ele estava mesmo ferrado... Havia se apaixonado à um ponto que não tinha volta.
Não pensava que seria idiota a ponto de se apaixonar por alguém que jamais corresponderia o sentimento.
–Vou te levar em um lugar chamado Sister Ray. – falou –Espero que você goste de lá. Era uma loja que eu costumava frequentar bastante durante meu tempo na faculdade, eu ia lá as vezes apenas para ouvir música e matar um pouco de tempo livre. – contou.

Quando ele a chamava por Bee era quando precisava de algo.

_ Claro, pode dizer _ respondeu em seguida escutando o pedido _Entendido tio, cuido dela com prazer, vou avisar ela agora,  desligando.

Escutou Gem e a olhou meio confusa.

_  Onde você a vê? _ perguntou e fez um sinal para Clare se aproximar _ O tio quer que você o encontre agora no Royal Botanic.

_ Não sei, mas é importante.

_ Clare vai lá não custa nada, é Natal _ disse com uma expressão de totó sem dono e a encarando com os olhos brilhantes.

_ Okay, estou indo...Vejo você em casa, cuide da Gem _ pediu e se virou  em direção a saída.

- Não tenho dúvidas - ele respondeu Peter com um riso curto.

Ouviu os planos da garota para o Natal e meneou a cabeça, ainda com o pequeno sorriso no rosto. Era meio triste ouvi-los.

- Ha-ha-ha, engraçadinha - Caron estreitou os olhos para ela com a brincadeira que ela fez.

Steven Lancaster

Embora não parecesse ele estava sim prestando atenção na conversa que Bea tinha com Gem. Afinal aquilo estava meio estranho (ao menos na opinião dele, mas quem era ele pra dizer o que era estranho ou não depois daquela história dos fantasmas... Ele ate se surpreendia como em alguns momentos ele até parecia capaz de empurrar aquelas lembranças pra algum canto de sua mente, contudo elas voltavam como uma pancada).
–No meu reflexo. Ela troca de lugar com ele, entende. – ela explicava como se aquilo fizesse total sentido.
Steven apenas escutava em silêncio se perguntando o que seria aquilo. A menina não parecia estar inventando ou delirando, e isso apenas o preocupava mais.
Ouviu a breve discussão entre Clare e Bea, que obviamente terminou com Bea a ganhando e Clare indo encontrar John.
–Acho que agora cabe a nós ir para o apartamento iniciar a decoração e o preparo de algumas das comidas. – falou e então olhou a pequena loira com um sorriso (Steven não conseguia não ser bom com crianças, talvez para compensar a respeito de Madeleine) –Quer ir em algum lugar antes?
Ela agitou a cabeça em negativa.
–Certo, então se junte a tia Bea. – falou erguendo a pequena, o que fez Gemma rir e a colocando no carrinho com Bea e foi empurrando em direção ao caixa.

O viu estender a mão em direção ao seu rosto, mas quase não sentiu o toque. Era tão suave e... tão cuidadoso. Ela conseguia ver que ele se importava. Mas havia uma vozinha no fundo da sua mente lhe insistindo que era apenas a gentileza inata dele. Porque isso era mais seguro de acreditar. Ela não queria ter suas esperanças e expectativas elevadas para depois se decepcionar.

E poderia culpar ninguém a não ser a si mesma, pois ele não tinha obrigação e muito menos responsabilidade de retribuir o que estava sentindo. Ela não poderia culpá-lo nem em um milhão de anos. Não queria decepcioná-lo em nenhum momento da amizade deles, durasse o tempo que durasse - apenas um dia ou anos -, que ela moveria montanhas para fazer o que ele pedisse. E isso a pegou desprevenida.

Ela anuiu minimamente a cabeça, tinha medo de espantar a mão dele e tudo o que ela queria era senti-la novamente. - Está - garantiu. Não havia motivos para aborrecê-lo com seus pensamentos pueris.

Fechou os olhos por uma fração de segundos quando o toque se transformou numa pequena carícia, deixando a região formigando. A sensação da mão dele, da pele dele, contra a sua era indescritível. Umedeceu os lábios com a ponta da língua, mordendo o lábio inferior em seguida, enquanto um sorriso brotava ao ouvi-lo falar novamente sobre seu sorriso. - Desculpe - pediu. Não queria fazê-lo se sentir mal.

- Parece ótimo - ela sorriu mais abertamente para ele, realmente interessada no lugar que ele descrevia e o que costumava fazer lá. - Se é tão importante para você, eu tenho certeza de que é.

A morena saiu do supermercado, colocando ambas as mãos no bolsos do sobretudo, desceu a rua até chegar ao seu carro, já que parecia que ia nevar a qualquer instante, já havia escurecido e as luzes de Natal estavam acesas, era um cenário bonito, ela entrou no carro e deu partida, parando há uma quadra do parque, demorou uns vinte minutos já que o transito estava bonito. Seguiu o resto do caminho a pé e parou na entrada, olhando para os lados a procura do loiro.

Escutou a resposta da loira.

_ Entendo...Ela te diz para fazer algo? _ perguntou, aquilo era estranho, não parecia uma amiga imaginária, muito menos uma criança humana...

_ Sim _ concordou com o moreno, escutando ele perguntar para Gem se ela queria ir a outro lugar e ela responder negativamente, logo o rapaz a pôs no carrinho e Bea passou os braços ao redor dela em um abraço.

_ Hmm...Não está com frio? Esse vestidinho parece fino _ perguntou, encostando o rosto no ombro dela e pegando o seu cartão no bolso do sobretudo.

Theodore O’Callaghan

Ela havia corado ao toque e sua mão, e não pode evitar uma pequenina esperança que se acendia em seu peito ao imaginar que talvez ela pudesse sentir algo por ele. Que ele não estava ficando louco em interpretar as reações dela dessa forma e que não iria acabar apenas se decepcionando ao descobrir que ela apenas o via como amigo e que os rubores e demais reações foram causadas unicamente pelo constrangimento pelas ações dele, e que talvez ela até mesmo já tivesse alguém de quem gosta e ele estava sendo idiota em apenas sonhar que um dia teria qualquer chance.
Talvez o melhor fosse matar esses sentimentos antes que se tornassem dolorosamente insuportáveis. Antes que até a lembrança do som da voz dela pudesse despertá-los do mesmo modo como a presença dela diante dele fazia agora.
Sorriu para a resposta dela.
O almoço seguiu como um evento silencioso na mesa dos dois, cada um afundado em seus próprios pensamentos e sentimentos confusos cortados por uma outra conversação mais leve com algum tema bobo que usavam apenas para tentar se convencerem de que não estavam sentindo o que obviamente sentiam.
Assim que acabaram, Theodore pediu a conta e saiam do Babylon para voltar as ruas agitas e cinzentas daquela cidade. Haviam muitas pessoas na rua, a maioria em suas compras atrasadas para o Natal, o que apenas lembrava Theo de que precisava encontrar um presente para ela, mas já sabia perfeitamente o que dar à Gem.
Com cuidado tomou a mão dela na sua, não seria nada divertido se com todas aquelas pessoas apressadas de um lado para o outro da cidade acabassem se perdendo um do outro.
–A loja fica a duas ruas da Oxford, no Soho. – falou para a morena –Se importa de andarmos até lá? – perguntou, o que na verdade era apenas uma desculpa para seguir assim com ela por mais tempo.

John Constantine

O Jardim Botânico estava coberto de neve, as flores apenas continuam vivas e em suas cores alegres dentro da colossal estufa da família real. Ele gostava daquele lugar. Costumava ir ali com Cheryl quando eram crianças, brincavam de faz de conta, com dragões, fadas, magos e princesas.
Cheryl sempre era a princesa em perigo, e ele sempre a resgatava do monstros e vilões.
Foi uma boa época da vida deles, quando eram realmente unidos e sempre sabiam que independente do que fosse podiam contar um com outro.
Agora já eram adultos, e era como se as promessas feitas quando crianças já não tivessem qualquer importância, mas tinham sim. Pra ele sempre teriam.
As flores tinham um cheiro doce. Era bom. Como se aquele fosse o único lugar em toda primavera que mesmo no inverno ainda preservasse um pedaço de primavera.
Clare já devia estar chegando.
Pegou o celular e mandou uma mensagem pra ela.
“estou na estufa”

Jemma agradeceu pelos temas mais leves que debateram enquanto almoçavam, tanto porque não tinham espaço para constrangimento quanto porque podia ficar ruminando em segundo plano.

Deu uma última olhada mesmerizada no lugar antes de sair. Havia realmente adorado o restaurante e seria eternamente grata a ele por o ter apresentado.

O movimento na rua a lembrou de que o Natal estava praticamente ali e, apesar de já ter comprado todos os presentes, prometera comprar algo para Theodore também. Já tinha uma noção do que gostaria de dar, mas teria de dar uma procurada. Estava ansiosa com esse presente. Queria muito que fosse algo especial.

Ele tomou a sua mão na dele e Jemma a segurou de volta. A cena a lembrava do pensamento que tivera um pouco mais cedo, sobre longas caminhadas de mãos dadas. Sorriu sozinha com seu próprio pensamento, vendo que era isso que estavam fazendo. Mas ela sabia que num contexto completamente diferente e isso a trouxe de volta para a realidade.

- Nem um pouco - sorriu para ele. Jemma gostava de caminhar e fazer isso com ele soava certo.

Percebeu que carregava alguma coisa e olhou surpresa a jaqueta dele pendurada em seu braço. Ela havia esquecido completamente da jaqueta. O que ela havia feito com ela durante o almoço? Nem se lembrava de tê-la pendurado na cadeira ou o que fosse. Sentiu o rosto ferver enquanto se sentia completamente embaraçada por ter esquecido. - Theodore, eu... Trouxe a sua jaqueta. Desculpe, eu esqueci - ela olhava a jaqueta para não olhá-lo no rosto tamanha sua vergonha. Estava tão envergonhada que não conseguiu nem se obrigar a agradecê-lo - e ele provavelmente tinha congelado na noite anterior.

Clarisse Silveri | Agente | 23 anos

O seu celular vibrou no bolso e ela o pegou, visualizando a mensagem de John "estou a caminho", foi a sua resposta, enquanto seguia para a grande estufa, poucos minutos depois adentrava o local, vendo John em meio as flores.



Beatrice Ives | 21 anos | Fotógrafa

Ouviu a garotinha e teve a sensação de que ela estava tentando enganá-la ou melhor que a "Deus" não queria que ela contasse...E sim, Bea só precisava de algumas peças para montar uma teoria completa.
Olhou para ela com aquela expressão entre o infantil e o amigável.
_ Sabe que pode contar com a tia Bea para qualquer coisa, né? Gosto muito do bobão do tio John, ele é da família, o que faz você parte dela também. Se estiver com medo ou achar que tem algo errado com essa sua amiga ou qualquer outra coisa, pode falar comigo _ sorriu e soltou seus braços dela, abrindo o seu sobretudo vermelho e o tirando, depois ajudou ela a vesti-lo ali mesmo dentro do carrinho.
_ Entendi, olha parece uma mocinha mesmo _ falou, passando os braços ao redor dela, e fechando os botões da frente.
A caixa encarava as duas, e a morena simplesmente entregou o seu cartão sem sair do carrinho.
_ Débito, por favor _ pediu.



Jake Ives | 32 anos |Agente

_ Eu já tentei fazer isso e não deu certo _ disse, terminando o seu prato, olhou o relógio já estavam ali há horas.
_É surpresa, não tem graça contar com a pessoa que vai recebe-la ao lado _ falou, se servindo de mais vinho.
Revirou os olhos com as opções de presentes.
_ Minha vida não se resume apenas a coisas boas _ foi a sua resposta, ouvindo a piada sobre Caron e a expressão que ele fez.
_ Ele ri, aqui a prova: ele e Bea _ falou, mostrando a foto do celular.

Theodore O’Callaghan

Ele segurava a mão dela e ela segurava a sua de volta. De algum modo aquilo lhe pareceu o mais certo a se fazer. Como se apenas andarem uma ao lado do outro não fosse a cena completa se não segurasse a mão dela daquela forma.
Não sabia explicar de onde vinha essa certeza, ele apenas a sentia. Simples assim.
Sorriu de volta em resposta ao sorriso dela e ouviu sobre a jaqueta. Ele já nem mesmo lembrava da jaqueta (sim, seus pensamentos estiveram tão centrados em Gem, sempre convergindo para ela que quase não havia espaço para lembrar tanto das outras coisas que supostamente deveriam ser importantes, como as várias vezes em que parecia esquecer de que estavam lá para almoçar de tão entretido que ficava em conversar com ela).
–Não tem problema. Na verdade a culpa meio que foi minha por ser ridiculamente distraído pra algumas coisas. – riu um pouco sem graça ele disse tomando a jaqueta em mãos.
Fez um pequeno desvio na trajetória de ambos passando pelo seu carro e a guardando lá antes de voltarem a caminhar em direção ao Soho.
Em momento algum ele soltava a mão dela da sua. Ele apenas se sentia bem a segurando, e como ela não reclamou nem afastou a mão, ele achou que estivesse tudo bem.
Não demoraram a chegar na loja.
Ela não era grande, mas também não chegava a ser minúscula. Todas as paredes ocupadas por estantes de madeira cheias de vinis e um ou outro pôster de bandas cujos discos estavam a venda ali.
Puxou Jemma com ele para o fundo da loja onde os vendedores quase não passavam e havia um toca discos.
–Espera só um minutinho. – falou pra ela enquanto sumia entre as prateleiras.
Voltou depois de um tempo com um vinil que colocou no toca discos.
–Essa é uma das bandas que eu gosto de ouvir. – falou enquanto a primeira música daquele álbum começava a tocar –Eu... Meio que gostaria de compartilhar alguns de meus gosto com você. – disse a olhando com um daqueles sorrisos de canto de tirar o fôlego.

Dorian H. Gray

Viu Caron estreitar os olhos para ela daquele jeito.
–Não me olhe assim, apenas estou sendo legal e tentando colocar um sorriso nesse seu rosto. – falou com um verdadeiramente sapeca (tipo a Bea auhsuhsaasuh).
Ela fazia um pequeno bico quando ele dizia que era surpresa se recusando a contar pra ela.
–Não é justo, se não me contar eu nunca vou poder saber. – sim, a albina era uma criaturazinha curiosa e Jake conseguiu atiçar a curiosidade dela a respeito do que seria o presente de Caron.
Riu da resposta que ele lhe deu sobre as opções de presentes.
–O que é uma pena. Mas não se preocupe, ainda te devo a garrafa de whisky. – brincou.
Escutou sobre Jake ter a prova de que o outro ria e se curvou um pouco na direção de Jake olhando a foto. Não tinha como não rir daquilo. Parecia divertido. E Dorian percebia com um certo incomodo que ela sentia falta de momentos assim, mas não tinha jeito, ela não podia deixar ninguém conhece-la o bastante para se tornar amigo, então mesmo sendo imortal... mesmo tendo todo o tempo do mundo... Ela não tinha a única coisa que importava pela qual valia a pena seguir existindo.

pijama:

John Constantine

Recebeu a resposta dela no celular e esperou.
Estava olhando as water lily. De algum modo aquela planta o interessava por algum motivo. Talvez por seu uma planta tropical tão bem mantida naquele pequeno lago artificial.
O som dos passos o fez se virar a tempo de ver a morena se aproximar.
–Oi, amor. – falou assim que ela se aproximou.
Ele estava nervoso, muito, mas muito ansioso.
Faziam anos que ele não experimentava esse tipo de sensação.
–Eu sei que supostamente eu só devia entregar seu presente amanhã após a ceia. Contudo... – nossa, ele estava mesmo nervoso –...Contudo o presente que eu tenho em mente para te dar não é algo que deve ser visto ou ouvido por alguém além de você.
Deu alguns passos até alcança-la e puxá-la para perto de onde estava antes olhando a water lily.
Enfiou a mão no bolso tirando de lá uma caixinha azul e colocando na mão dela.
–Clarisse Silveri. – sim ele estava usando o nome dela, o que significa que é uma situação importante –Se formos ser sinceros ambos sabemos que apenas estar comigo é algo que eu não desejaria nem mesmo aos meus inimigos. Eu sou irritante, cínico, arrogante, negligente e preguiçoso. Sou tudo de intragável que se pode reunir da personalidade de várias pessoas e juntar em um só lugar. E mesmo assim ainda sou egoísta para perguntar: Você cometeria o grande e irremediável erro de namorar comigo?

o que está na caixa:

Caron John Whirt | 33 anos | Agente

Por algum motivo ele não conseguia ficar realmente bravo com ela. Ela estava implicando com ele (de propósito, ele já tinha percebido), mas o jeito dela o lembrava de Bea e desse jeito não tinha como se irritar de verdade.
Ele franziu o cenho enquanto o loiro se pronunciava e dizia ter prova de que ele ria. Se inclinou um pouco para ver a foto e fez uma careta para Peter.
- Ei! - ele falou. - Não mostre isso para as pessoas. Vai estragar minha reputação - ele brincou.
Caron era muito sério, mas ele também sabia relaxar (às vezes).

Jemma soltou um riso meio nervoso, enquanto o rubor sumia de seu rosto e ela voltava a olhar para cima. - Eu também sou ridiculamente distraída - ela disse.

Mas como ele dissera, era só para algumas coisas. Ela normalmente era consciente de suas ações (e das de outras pessoas), mas quando concentrava-se em uma leitura prazerosa, por exemplo, era como se o mundo ao redor não existisse. E Theodore tinha esse efeito nela também. Como se todo o resto ficasse borrado e desfocado e não tivesse real importância.

Ele segurou sua mão durante todo o tempo e ela não tinha objeções nenhuma quanto a isso. A pele dele era quente e macia, a sensação que lhe causava parecia familiar, mesmo que tivessem tido pouco contato físico. Jemma pensou na ligação que sentira ao conversar com ele, como os dois encontravam-se em sintonia, talvez por isso que segurar sua mão parecia a coisa óbvia a se fazer. Ela tivera esse contato mental (que ela esperava que não fosse unilateral), mas não parecia ser suficiente.

Eles chegaram na loja e Jemma olhou encantada a quantidade de vinis que haviam ali. Sim, ela já vira lugares parecidos, mas sempre encantava-se ao entrar em um novo e sempre se encataria cada vez que entrasse novamente. Mas esse lugar tinha algo de especial e talvez por isso ela ficou mais impressionada, porque era um lugar que ele costumava frequentar e que ele gostava.

Deixou que ele a guiasse para o fundo da loja e o observou curiosa enquanto ele sumia entre as prateleiras. Ele não demorou muito, mas Jemma aproximara-se das prateleiras e olhava de perto a quantidade de discos, com a mão pairando por cima deles, sentindo um pouco de medo em tocá-los.

Ele disse que essa era uma das bandas que gostava e Jemma se concentrou para escutar bem a música. O sorriso de canto que ele lhe deu fez o coração dela falhar uma batida e ela sorriu um pouco tolamente de volta. - Eu gostaria disso também.

Escutou com atenção a música, enquanto ficava olhando o disco girar. Um sorriso surgiu em seus lábios quando ela começou a entender a letra da música. Era um pensamento tão profundo, mas feito com tanta simplicidade, e ela sentira que foi explicado perfeitamente na letra. Ela às vezes se pegava perdendo-se nas contradições em frases e palavras e essa música explicava com clareza.

Olhou para ele, pensando no sorriso de canto que ele mostrou antes, e se perguntou onde ele estivera todo esse tempo.

Mas esse era um pensamento um pouco tolo, visto que ela é que se escondia.

E tentou represá-lo, pois não queria se decepcionar, mesmo achando que já era tarde demais.

Theodore O’Callaghan

O sorriso dele se tornou algo mais aberto, quase convidativo ao escutar ela dizer que gostaria de que ele compartilhasse seus gostos com ela. Se ela ao menos tivesse ideia de como aquilo o deixava feliz...
Escutava a música dando total atenção a letra e a melodia enquanto seus olhos estavam presos no rosto dela e em como ela reagia a escutar aquela canção. Ele deixava a ponta da língua passar sobre os lábios como se os umedecesse antes de ter os dentes comprimidos contra o lábio inferior que se assim pudesse conter o sorriso que surgia acompanhando o dela, era possível ver a marca dos dentes em sua boca e como pouco a pouco a marca desaparecia como se nem mesmo houvesse mordido antes.
Viu que ela o olhava.
–O que foi? – perguntou em voz baixa. Ele não tinha ideia de por que fazia a pergunta em voz baixa, ele apenas não conseguia deixar o tom de voz mais alto, como se pudesse estragar esse momento se o fizesse.
A ponta de seus dedos ia até os dedos dela os tocando com cuidado e se enroscando neles como se assim a fizesse seguir olhando para ele pra responder a pergunta. Inconscientemente a puxava alguns centímetros para perto de si, mas ainda assim havia uma distância segura entre os dois.
Ele queria tocar novamente o rosto dela.
Mas tinha consciência de que não seria certo.
Então porque mesmo assim não conseguia desviar seus olhos dos dela?

Ela viu brevemente ele mordendo o lábio e a marca que deixou com os dentes, deixando uma linha vermelha. Ficou observando enquanto a marca desaparecia. Não tinha como não se apaixonar por cada coisinha que ele fazia.

Percebeu que estava olhando a boca dele por tempo demais e esperou que ele não notasse, agradecendo a Deus por não sentir nenhum rubor em seu rosto.

Ele a perguntou em voz baixa e, apesar de não ser algo que se faz o tempo inteiro, parecia certo. A música era incrível e ficar com a voz dele, com aquele timbre e aquele sotaque, gravados junto à ela em sua mente... era a combinação perfeita. Sabia que cada vez que ouvisse a música iria se lembrar desse momento, do jeito que ele a olhava (Jemma jurava que ela podia ver como se ele estivesse esperando alguma coisa em seu olhar), da sua voz, daquele sorriso. Ela tentou não pensar que isso poderia não ser tão bom quanto parecia, pois agora parecia infinito e essas preocupações podiam ser adiadas.

Sentiu o toque suave dele novamente em sua mão, logo se enroscando na dele de volta. Ela não conseguia desviar os olhos, estavam fitos nele, como se ele a tivesse hipnotizado.

Ele a puxou levemente e ela não protestou, só moveu-se com cuidado para não fazer movimentos bruscos ou ruídos. Não queria que aquilo acabasse.

- Eu... só estava pensando - ela respondeu no mesmo tom de voz.

Theodore O’Callaghan

Ela estava olhando sua boca e ele não sabia exatamente como interpretar aquilo (por um instante se sentiu tentado a perguntar se havia algo ali, mas seria algo idiota demais então apenas aguardou em silêncio).
Gem não se afastou, apenas se aproximou quase com o mesmo cuidado com a qual ele a puxava e falava com ela. Os dois pareciam imersos em uma pequena bolha que os separava do restante do mundo naquele pedacinho da loja de discos onde as pessoas pareciam quase não ir e que os vendedores meio que ignoravam por estarem ocupados atendendo outras pessoas.
Ouviu a resposta dela, dita em um tom tão baixo quando o dele fora antes.
E mesmo com a música foi capaz de ouvi-la perfeitamente.
Como se o momento exigisse de ambos que suas vozes fossem o pano de fundo para a música e não o oposto como geralmente ocorre. E não era ruim. Dava uma sensação boa. Aquele tipo de sensação dentro de você que mistura nervosismo e expectativa, como se algo estivesse para acontecer e fosse impossível impedir.
Se aproximou um pouco mais dela, Theodore era quase uma cabeça mais alto que ela, com cuidado a mão livre dele tocava o rosto dela a fazendo erguer o rosto para olhá-lo nos olhos.
–Em que estava pensando? – agora era vez dele não ser capaz de desviar os olhos da boca dela.

A passos calmo foi se aproximando do loiro, notou que ele olhava uma flor em particular com verdadeiro interesse.

_ Oi, querido _ falou em resposta ao cumprimento. Olhou para o maior, ele parecia tremendamente nervoso? Constantine nervoso era algo raro de se ver, o que a deixou ainda mais curiosa sobre o motivo dele pedir para se ela vir até ali. 

Ele lhe falou sobre a entrega do presente, bem o dela para ele só poderia ser entregue quando ele fosse a sua casa. O loiro lhe puxou para perto, para o local que ele estava antes admirando a flor, pôs a mão no casaco e retirou uma caixinha azul e a colocou na sua mão, ela desviou os olhos para caixinha e logo voltou a fitá-lo, escutando cada palavra que ele dizia e sentindo-se estranhamente ansiosa e agitada, até que ele realmente lhe fez o pedido, um pedido a lá John Constantine que fazia de tudo para afastar as pessoas e bem para o 'azar' dele, isso não funcionária com ela, porque o sentimento que havia nutrido por ele era forte, e até mesmo os seus piores defeitos, a fazia gostar dele, na verdade amá-lo. Um sorriso brilhante e sincero se espalhou pelo seu rosto após escutá-lo, ela se aproximou um pouco mais dele e passou os braços ao redor do seu pescoço, fechando os dedos na caixinha e aproximando calmamente seus lábios dele e os tomando em um beijo suave e cheio de carinho, sentindo aquela sensação gostosa e estranha, aquela sensação de ansiedade e ao mesmo tempo alegria que ocorre quando seus batimentos aumentam, ela fechou olhos aproveitando cada segundo daquele beijo terno, o cessando devagar e se afastando minimamente.

_ Eu aceito John _ sorriu, o olhando nos olhos.

Beatrice Ives | 21 anos | Fotógrafa

Sorriu para a pequena.
_ Muito bem _ falou e a soltou novamente, se espreguiçando feito um gato ali dentro e sim, aquilo era pura preguiça de sair dali, se levantou e ficando em pé no carrinho, apoiou uma das mãos na lateral do mesmo e saltou para fora sem ao menos tirá-lo do lugar, digitou a senha do cartão na máquina.
_ Stell vou ir pegar o carro para não termos que carregar tudo isso até lá.



Jake Ives | 32 anos |Agente

O loiro havia percebido o quão a albina era curiosa.
_ Eu acho que você também poderia gostar de ganhar _ falou atiçando a mesma.
_ Pois é, realmente uma pena _ disse, mas ele estava bem do jeito que estava _ Disso eu não irei me esquecer, pode ter certeza, uísque é uísque.
Assim que ela viu a foto, começou a rir e de fato era engraçado ver esse lado mais descontraído do amigo, quem não o conhece não iria imaginar que ele faz aquele tipo de expressão com uma pirralha agarrada a ele daquela forma, Bea era impossível, fazia de tudo e mais um pouco para arrancar um sorriso dos amigos. O loiro riu com o seu próprio pensamento, escutando a 'reclamação' de Caron.
_ Oras deveria ter me avisado que era segredo _ disse entrando na brincadeira, gostava de ver ele se divertindo, porque apesar e Jake ser um pé no saco (na maioria das vezes) ele prezava pelo bem estar de seus companheiros.

Ele se aproximou mais dela, tomando o mesmo cuidado que ela havia tomado para não estragar o momento. Jemma estava imersa, havia alguma luz que piscava no fundo da sua mente gritando para ela se afastar, que estava em terrenos perigosos, mas a luz estava fora de foco e os gritos ecoando e perdendo o significado. Ela estava presa naqueles olhos azuis que pareciam não ter fim.

Sentiu sua mão novamente em seu rosto, gentilmente a fazendo olhar para cima para ele. Estava guardando cada sensação, tomando cuidado para não perder qualquer coisa.

A voz dele saiu baixa novamente e dessa vez ela sentiu os pelos de sua nuca eriçarem. Sua boca se entreabriu enquanto um arquejo baixo escapava. Ele estava olhando para a boca dela e ela conseguia ver isso. Ela queria sentir os lábios dele nos seus, mas não tinha certeza se era isso que ele estava pensando também - ela achava que ele nunca pudesse sentir algo assim por ela.

Os olhos dela se desviaram algumas vezes entre a boca e os olhos dele. Havia quase esquecido da pergunta, apesar de que haviam se passado apenas poucos segundos.

- Eu... não lembro - ela confessou ainda em voz baixa.

Podia ouvir a música no fundo ainda, alcançando seu ponto alto, enquanto o momento parecia etéreo.

John Constantine

De certo modo ele esperava que ela dissesse não.
Pra ser bem sincero o ‘não’ era tão aguardado que ao sentir os lábios dela nos seus o beijando daquela forma tão terna o deixou desconcertado sem entender o que realmente estava acontecendo ali. Quer dizer... Não se supõe que qualquer um que o conheça (e com juízo o bastante) o queira manter longe? Então... Por quê?
Mas a ficha caiu. Caiu sendo acompanhada por uma onda de algo que ele desconfiava ser felicidade, mas faziam tantos anos que ele não tinha motivos para se sentir feliz que quase não reconheceu o que aquele ‘sim’ o fez sentir.
–Tenho que agradecer Bea por ter me feito tomar essa decisão.. – comentou por baixo do fôlego enquanto a olhava.
A puxou novamente para si roubando um beijo mais intenso dela, o aprofundando.

Theodore O’Callaghan

Assistia como se fosse em slow motion como a boca dela entreabria permitindo que um arquejo escapasse, o hálito dela era doce e se mesclava com a respiração dele. Tudo o que conseguia fazer era olhar para aqueles lábios e se perguntar se eram tão doces quanto pareciam, ou se eram tão macios quanto imaginava que seriam.
Escutou a baixa ‘confissão’ que ela fazia, mas já quase não conseguia prestar atenção já que seu foco estava todo nos lábios rosados e nos olhos azuis dela que o fitavam de volta.
Não resistiu ao impulso de se aproximar mais dela, seus narizes roçando um no outro, as respirações se mesclando enquanto muito lentamente seus lábios tocavam os dela de uma forma que era mais um carinho do que um beijo propriamente dito. Sua própria boca entreabria fazendo os lábios dela se abrirem mais.
Logo tomava o inferior entre os seus e iniciava um beijo que era doce. Como se estivesse experimento o ato pela primeira vez, descobrindo a suavidade da boca dela e o sabor adocicado que nesse momento descobriu que desejava apenas para ele mesmo. A mão que estava no rosto dela mantinha um carinho gentil enquanto a outra a atraía mais para si.
O beijo sendo aprofundado de forma lenta, expressando o que estava sentindo nesse momento e também uma forma de adoração dirigida à ela. Como se Gem fosse uma deusa a quem entregaria seu coração e sua vida como sacrifício se ela assim o desejasse.

O loiro a fitou mesma forma que ela o fitava, dizendo que deveria agradecer a Bea por ter o feito tomar aquela decisão, aquela danadinha...Não demorou a sentir os lábios dele nos seus e a corresponde-lo com igual intensidade, aproximando os corpos até estarem completamente juntos, ela estava feliz, tremendamente feliz por estar com ele, por poder estar aproveitando aquele momento especial com o homem que tanto amava, a mão que estava livre deslizou para sua nuca o trazendo para si, sem pressa ou luxúria, apenas o desejava ter mais perto, sentir que ele não iria se afastar, que ficaria ali com ela.

Dorian H. Gray

A albina percebeu que Caron não parecia conseguir ficar bravo com ela. E bem... Normalmente é dito que Deus não dá asa à cobra, mas que quando dá tira o veneno. Dorian era a exceção gritante à essa regra. Agora que sabia que Caron não conseguia se irritar de verdade com ela o olhava com um sorriso absolutamente travesso de quem o faria se arrepender de tê-la deixado perceber aquilo (sim, ela seria como a Bea ou ainda pior).
Ouviu Jake falar com ela e seus olhos brilhavam de curiosidade quase como se ela fosse um gato. Sim, completamente movida à base da curiosidade.
–O que é? O que é? O que é? O que é? – ela perguntava pra ele. Sim, ela era uma criatura imortal que estava sendo manipulada por alguém que era uma criança comparado à ela, mas quando a curiosidade aperta não existe dignidade –Me conta, não é justo falar assim e depois não contar. Você está sendo mau, Jake. – sim ela o acusaria e ainda estava exigindo saber o que era o presente do outro.
Ouviu a reclamação de Caron quando ela começou a rir ao ver a foto e a resposta de Jake para ele.
–Eu gostei dessa foto. – falou quando conseguiu parar de rir –Aposto que vocês gostam muito uns dos outros.. – ela dizia isso com um sorriso para que não vissem a tristeza por trás da constatação que ela fazia internamente de que realmente jamais seria como os humanos.
Jamais teria um lugar para si mesma, ou alguém para voltar. Todos morreriam e ela permaneceria.
Sozinha...

pijama:

Steven Lancaster

Logo Bea saía do carrinho de compras lhes dizendo que iria buscar o carro.
–Ok. Eu fico com Gem enquanto isso. – sorriu enquanto ajudava a pequena a sair do carrinho e a colocando de pé no chão.
O sobretudo vermelho que Bea havia vestido nela chegava quase aos calcanhares da menina, era engraçado de se ver e ao mesmo tempo fofo. De certo modo não conseguia evitar o sentimento fraternal dirigido à pequena.

John Constantine

Ela o correspondia com igual intensidade e ele se perdia naquele momento como se pudesse torna-lo eterno. Porém sabia que não era possível (ainda mais que tinham que ir ajudar Bea com a decoração e ela os mataria se não aparecessem e os empalharia para que sues corpos estivessem presentes durante a ceia. E sim, ele meio que via a pequena peste como uma possível psicopata seguindo os passos de Clare).
Se separou dela um pouco a contragosto, já que por ele teriam continuado com aquilo um bom tempo.
–Temos que ir...Ou Bea aparece e nos arrasta pelo cabelo até o apartamento dela. – riu ainda sem soltá-la daquele abraço em que se encontravam devido ao beijo.

Caron John Whirt | 33 anos | Agente

Ele franziu as sobrancelhas ao ver o sorriso da garota, imaginando o que ela estava pensando com esse sorriso e no que ela faria. Essa cara de criança travessa combinava perfeitamente com ela. E esse era um pensamento um tanto amedrontador.
Ouviu o comentário dela a respeito da foto. - Eu gosto dela também - falou com um meio sorriso. - É, nós somos uma "família", como a Bea gosta de falar. Uma completamente desestruturada - ele acrescentou mais para si mesmo.

Ele fechou a distância entre eles, seus rostos tão juntos que ela conseguia senti-lo, mas com alguns centímetros os separando ainda. Aquele calor voltou a se espalhar pelo seu peito enquanto o olhava tão perto de si. Sentia como se estivesse em um sonho, porque era irreal.

Ela ansiava pelo toque dos lábios dele contra os seus, mas tinha medo de tomar a iniciativa. E se ele não correspondesse?

A mente dela estava à mil por hora, todos os sentimentos conflitantes dentro de si, falando para se afastar ao mesmo tempo que a mandavam investir. Ela achava que iria explodir.

Registrou vagamente que ele não respondera o que ela dissera, mas isso não tinha importância agora. A antecipação estava a consumindo, queimando dentro de si.

Todos os seus sentidos estavam mais aguçados que o normal e ela conseguia sentir o momento, a aura que ele emanava.

Num tempo que pareceu eterno, ele encostou seus lábios gentilmente nos dela, e ela fechou os olhos, sentindo centenas de borboletas em seu estômago. Deixou que ele guiasse o beijo, enquanto tudo fluía com uma naturalidade que ainda a surpreendia.

A boca dele era macia, mas a sensação era muito melhor do que esperava. Podia sentir o hálito fresco dele, suas respirações se mesclando e se tornando uma só.

Retribuiu o beijo com a mesma intensidade. Queria mostrar para ele o que estava sentindo. Ele precisava saber. Porque talvez essa fosse sua única chance e ela não a deixaria passar.

Ergueu a outra mão e apoiou no peito dele enquanto se inclinava um pouco nas pontas dos pés. Deslizou a mão até seu pescoço, onde acariciou com a ponta dos dedos, ainda dentro do beijo.

Sentia culpa por estar fazendo o que estava, como se estivesse traindo a memória de Ian - ela não beijava ninguém desde lá, mas ele sobrepujava essa culpa. Não importava o quanto tudo dentro dela gritava para fugir e se afastar, seu corpo era atraído pelo dele de forma natural. Era algo que ela não conseguia (e não queria) controlar no momento.

Ele tinha de saber isso - que ela estava disposta a fazer qualquer coisa que ele pedisse, que ela iria até os confins do universo somente para ver o seu sorriso novamente.

Jemma se esqueceu completamente de onde estavam, o que estavam fazendo e de que haviam pessoas na loja, mesmo que um pouco distantes. Theodore conseguiu fazê-la se expor e sentir-se segura. Sabia que ele não a machucaria e decidiu se entregar, deixando que, pela primeira vez em um longo tempo, o coração dominasse o cérebro.

Theodore O’Callaghan

Como descrever o que ele estava sentindo naquele momento?
Existe um jeito de se descrever isso?
Ele duvidava que houvesse. Tudo o que sabia é que era um daqueles momentos destinados a se tornarem eternos. Como as primeiras palavras de seu filho, ou quando se vislumbra algo grandioso como o nascer do sol contra o mar visto do alto do penhasco. Era o tipo de coisa que você mesmo depois de décadas, quando for velhinho, com cabelos brancos e cercado por seus netos ainda vai lembrar com detalhes para poder contar. O tipo de lembrança que será guardada até seu último suspiro. Era essa a sensação que o beijo dela causava nele.
Sentiu ela corresponder ao beijo. Corresponder quando ele tinha quase certeza de que ela o afastaria. E a felicidade que o atingiu em perceber que era correspondido era indizível, mas tinha certeza que ela podia sentir como ele sorria em meio ao beijo, quase incrédulo de que algo tão maravilhoso quanto aquilo pudesse estar acontecendo.
Que pudesse estar acontecendo com ele...
Sua mão foi para a cintura dela a puxando com todo um cuidado até tê-la contra seu corpo e deixar sua mão seguir até a parte baixa das costas dela e subir com o mesmo cuidado com o qual a atraiu, como se temesse machuca-la mesmo que por acidente, é que ela lhe parecia tão frágil que não havia como evitar esse temor ao tocá-la.
A mão no rosto dela que estava naquela caria descia para o pescoço dela afastando os fios de cabelo escuro e a tocando ali, sentindo a pele dela tão suave ao seu toque. Sua mão se moveu um pouco mais até chegar na nuca dela a atraindo mais e fazendo com que Gem inclinasse um pouco a cabeça, assim lhe dando maior acesso aos lábios dela para que pudesse aprofundar o beijo.
Ele sentia...
Sabia.
Se tornaria escravo daqueles lábios.
Ninguém na Sister Ray prestava atenção nos dois, era como se o universo conspirasse para que aquele momento fosse perfeito e memorável, e quem era ele para questionar o universo, certo?
Apenas seguia com o beijo, tentando através dele fazer ela perceber o quanto ele a queria, o quanto a estimava, e o quão apaixonado estava. E que ele entendia que aquilo poderia parecer insano já que não se conheciam nem há um dia direito e ele não sabia explicar como acabou se apaixonando tão profundamente por ela. Ele só sabia que havia. E que morreria a cada segundo que estivesse separado dela sem que ela soubesse como ele se sente a respeito dela.
Como é possível que ela tenha esse efeito sobre ele..?

 

Aos poucos foram cessando o beijo, apesar de ambos quererem prolongar aquele momento.

_ Verdade, aquela danadinha _ disse, mantendo ele perto de si e soltando as mãos dele e olhando para caixinha.

_ Posso abrir? _ perguntou, já que ele poderia querer abrir e lhe mostrar.

_ Certo, já volto _ disse a moça, se virando para saída do mercado, seguiu a passos calmos atravessando as amplas portas de vidro e seguindo pela calçada parcialmente coberta pela neve, enquanto todos estavam com grossos casacos ou sobretudo, ela estava apenas com uma blusa de lã preta, mas não sentia incomodo algum, desceu a rua e virou a esquina  na qual o seu carro estava estacionado, arqueou a sobrancelha e apenas prosseguiu, parando quando chegou ao mesmo e retirando as chaves do bolso da calça.

_ Dominic eu já lhe disse que chegar na espreita é muito suspeito _ falou e se virou para o garoto, que aparentava ter uns dezesseis anos.

_ Ei tivemos o mesmo treino, lembra? _ respondeu, antes mesmo que ele concluísse a frase _ O que lhe traz aqui? Precisa de algo?

Ela sorriu e se aproximou, dando um abraço no garoto.

_ Feliz Natal, Dom. _ desejou-lhe sincera, o garoto retribuiu o abraço.

Eles se soltaram e ele se afastou.

Antes que ela pudesse dizer qualquer coisa, ele acenou e sorriu desaparecendo em um borrão.

_ Essa mania de desaparecer..._ disse, balançando a cabeça e entrando no carro, logo dava a partida e seguia para o mercado, não demorando mais que cinco para estacionar em frente ao mesmo e descer para ajudar a pegar as compras.

Sentiu o sorriso dele contra os seus lábios e nesse momento ela soube. Ela soube que isso estava destinado a acontecer, porque não havia outra explicação. Jemma sempre pensou que tudo acontece por um motivo, mesmo as coisas mais trágicas e, se nada daquilo tivesse acontecido com ela, ela talvez nunca o teria conhecido ou o conhecido sob circunstâncias extremamente diferentes. Era algo difícil de pensar e absorver, mas o universo tinha seu próprio jeito de lidar com as coisas. E foi isso que a reconfortou. Porque talvez o universo estivesse tentando lhe recompensar por todas as coisas ruins, e Theodore a extasiava, espantava todos os seus pensamentos pessimistas e negativos para longe.

Ela sorriu de volta, tomada por aquele sentimento que a incendiava por dentro. Estava ansiando por isso nas últimas horas e nem havia se dado conta. E a ideia de que ele se importava com ela no mesmo nível que ela se importava com ele era suficiente, por mais improvável e absurdo que pudesse parecer, estava acontecendo e isso era inegável.

Sentiu a mão dele em seu pescoço, deixando a área formigando, e fazendo uma trilha pelas suas costas, a puxando para mais perto. Outra lufada de energia se espalhou pelo seu corpo, deixando-a entorpecida por todas as sensações que não sentia há muito tempo. Ela se aproximou mais, deslizando a outra mão até a gola do casaco dele e a segurando, para se certificar de que ele estava ali e não iria embora. Não tinha como não confiar nele, tudo, todas as palavras, todos os gestos e meneios, indicavam que ele a protegeria e era essa certeza que a permitia se entregar. E isso só fazia desejá-lo mais.

Deixou com que ele inclinasse sua cabeça para aprofundar o beijo. Ela estava completamente entregue e a sensação era indescritível. Seu beijo era viciante, como uma droga, que a dominava. Queria que durasse para sempre.

John Constantine

Ela perguntou se poderia abrir, e ele se sentiu realmente tentado a dizer que não apenas pra deixá-la curiosa. Mas, mais do que a vontade de provoca-la e atiçar a curiosidade da morena, havia também a vontade ver que cara ela faria ao ver o motivo pelo qual ele sumiu pelo resto do dia até chamá-la ao jardim botânico.
–Claro que pode. – falou –Afinal é seu presente.
Conhecendo Clarisse ele chegou a conclusão de que ela devia estar realmente distraída para não reconhecer a caixa azul celeste da Tiffany.

Theodore O’Callaghan

Seus lábios nos dela seguiam de uma forma que fazia aquilo parecer absolutamente natural. Como algo que devesse acontecer, sem ser questionado, apenas dito que devia ser assim. E aquela felicidade... Era certo que ele pudesse sentir aquela felicidade estando com ela? Não seriam cobrados depois? Era permitido que alguém se sentisse assim feliz e completo?
Ele não tinha ideia.
Não sabia como responder a nenhuma dessas perguntas que levantou na própria mente e nem estava muito preocupado em responde-las, já que sua atenção estava voltada para a boca dela e em desfrutar aquele momento ao máximo enquanto apenas pode se permitir desejar que aquilo se torne eterno assim como sente que está sendo.
Contudo são humanos e precisam respirar.
E sim, foi apenas pela falta de fôlego que se permitiu quebrar o beijo, porém seguia a mantendo daquela forma colada a si, seus lábios roçando uns nos outros e seus olhos se abrindo para se encontrarem com os dela ainda fechados.
–Por favor... – falou –Me diz que isso significou tanto pra você quanto significou pra mim... – nem precisava ser verdade, ela podia mentir e depois lhe dizer que ele não era nada, mas ao menos por aquele momento ele queria poder sonhar que ela correspondia aqueles sentimentos que eram confusos e completamente bagunçados, mas não menos verdadeiros.
A mão dele no pescoço dela seguia em um carinho gentil.
–Como é possível que eu tenha me apaixonado por você em tão pouco tempo e tão intensamente? – ele perguntava, no entanto não dava pra saber se a pergunta era pra ela ou para si mesmo.