AGES - Casos Sobrenaturais

Dorian H. Gray

Charles seguia dormindo. Mas a albina acordou quando os sonhos com Emma se tornaram dolorosos demais para permanecer neles
Com cuidado para não acordar a amiga ela saiu da cama e calçou as pantufas. Pegou emprestado um casaco da outra e saiu para a noite fria mesmo estando de pijama. Não é como se fosse ter alguém na rua nesse horário e com toda a neve e frio que fazia do lado de fora apenas reduzia essa possibilidade, então não via problema algum em estar de pijama curto, pantufas e casaco (que somado ao tamanho e corpo da albina apenas a fazia parecer com alguma adolescente que fugiu de casa no meio da noite).

pijama:

Steven Lancaster

O beijo foi cessado de forma repentina. E ao tê-la o fitando daquela forma fez com que o moreno se desse conta do que haviam acabado de fazer.
Ele estava com Beatrice em seu colo.
Em seu colo... Daquele jeito... E suas mãos estavam já por baixo da camisa do pijama dela. Ela saltou tão rápido pra fora do colo dele que Steven teve medo dela cair do sofá. Ela arrumava o pijama e ele fazia o mesmo com a camisa que usava que que se encontrava meio amarrotada.
–Não. Não tem que se desculpar.. Eu.. Eu que.. – o que se supõe que ele diga em uma situação assim? Era a primeira vez que ele beijava alguém com quem se importava e de quem gostava antes de sentir esse tipo de atração.
E por deus, eles são amigos! Isso não devia ser errado? Ele não devia ter essa consciência de que é errado? Então... Então por que gostou tanto de beijá-la quando sabe que não deveria ser correto?

Beatrice Ives | 21 anos | Fotografa

Ele disse que não precisava se desculpar, tudo bem que ele a beijou, mas é como o ditado diz: quando um não quer, dois não fazem. E era óbvio que depois de tudo que ele passou naquela noite, o rapaz estava abalado e confuso, e na mente dela (que era naturalmente complexa e de vez em quando confusa), essa era a explicação mais aceitável. Mas ela não tinha uma boa explicação para corresponder, só o fato de que ela gostou e aquilo não era uma explicação.
_ Tenho sim, você está confuso _ foi o que disse, sem graça por te-lo beijado, ela entrelaçava as mãos e as balançava.
_ Entãoooooo...

Steven Lancaster

Wow... Ouvi-la se desculpar doeu.
Ele não gostou do que ela disse.
Não gostou de como aquilo fazia parecer que ele não a beijou porque quis beijá-la, porque mesmo sendo amigos ele sente desejo por ela, e que muito provavelmente ele acabou de descobrir porque se importa e gosta tanto dela. O que ela disse fazia parecer que ele apenas a beijou porque estava confuso, mas não era isso. Ele sabia que não era então por que ela que é sempre tão esperta também não percebia?
–Admito que estou confuso a respeito do pós vida, o universo e tudo o mais. – falou com uma pitada de humor e um meio sorriso –Mas não estava nem um pouco confuso a respeito de porque te beijei, Beatrice. – e sim, ele usou o nome dela o que significa que está falando a verdade e sendo sério sobre o que diz.
Mas de nada adiantaria ele falar o que quer que fosse, já que ela claramente jamais corresponderia algo, afinal diferente dele ela consegue separar amizade de qualquer outra coisa a mais que ele ainda não sabia muito bem o que se tornaria, mas que pelo visto morreu antes de sequer nascer.

Beatrice Ives | 21 anos | Fotografa

Ele pareceu se magoar com que ela disse, perfeito, era só o que ela precisava magoar a última pessoa que ela queria.
Escutou sobre ele não estar confuso sobre o beijo e o fitou por alguns instantes.
_ Então porque me beijou? _ perguntou direta, ela preferia saber das coisas de uma forma clara do que ficar fazendo suposições.

Steven Lancaster

–Por que você correspondeu? – jogou outra pergunta pra ela antes de responder.
Inspirou por alguns segundos antes de começar a dar à ela uma resposta de verdade.
–Porque eu quis beijá-la. Porque mesmo sabendo que somos amigos e que supostamente isso não seria correto eu ainda assim achei que valia a pena arriscar. Porque eu me importo com você e gosto de você de um jeito que eu ainda não tinha entendido até aquele beijo. – acabou sendo realmente sincero –Porque se você me pedisse qualquer coisa eu faria por mais irracional ou idiota que pudesse parecer apenas pra provar o que estou dizendo. Apenas para você ter certeza de que não estou mentindo... – ele mordia um pouco o lábio inferior e desviava o olhar para os móveis ao redor antes de voltar a olhar pra ela –Mas não é reciproco.. – um sorriso seguido de um curto riso nasal surgia e desaprecia tão rápido que deixava claro que ele estava nervoso e constrangido –Então... – se aproximou e beijou o topo da cabeça dela –Boa noite, Abelhinha. – falou antes de se afastar para ir pro quarto de hóspedes.
Amanhã procuraria outro lugar para ficar.

Beatrice Ives | 21 anos | Fotógrafa

Ele lhe fez a mesma pergunta, mas ela o aguardou responder primeiro.
A morena o escutava com atenção, percebendo a sinceridade em cada palavra dita, quando ele disse que gostava dela, ela se agitou.
Ele lhe deu boa noite e começou a se afastar e ela foi atrás, segurando a sua mão para que ele parasse e depois deu a volta, para ficar de frente para ele.
_ Eu o correspondi, porque eu gostei, foi algo diferente, me fez eu me sentir bem _ disse olhando para o rosto dele. Ela respirou fundo e o fitou novamente _ Você gosta de mim, mas existem coisas que não sabe ao meu respeito, coisas que eu fiz, que eu posso fazer. Eu só não quero que quando chegue lá na frente você me odeie._ ela estava sendo sincera _ Se...Se chegarmos a nos envolver nesse nível, eu posso realmente acabar machucando você, mesmo que eu jamais deseje fazer isso _ ela não sabia como explicar, sem dizer tudo que esconde _ Você é muito importante para mim Steven, e por isso eu só desejo o melhor para você e definitivamente eu não sou o melhor para ninguém, então...
Ela acreditava mesmo naquilo, prova disso era o tanto de relacionamentos que ela teve, que se resume a zero, os dois namorados foi coisa de adolescente, não algo sério.

Steven Lancaster

Ela segurou sua mão e o puxou, isso fez com que ele parasse e a visse ficar em sua frente. Logo ela começava a falar. Começando por dizer porque correspondeu.
Mas logo também vinham as explicações dela de por que aquilo seria errado, de por que não daria certo, por que se machucariam no final... Mas ele não se importava de se machucar. Por ela estava certo de que valeria a pena. Contudo ela é quem acabaria mais machucada se não desse certo.
E ele não queria isso.
Queria poder abraça-la e dizer que vai ficar tudo bem.
Dizer que vai cuidar dela e fazer com que dê certo.
No entanto ele sabe que não é bom. Sabe que não é capaz de cumprir as promessas que faz, tanto que o caso de sua irmã é um exemplo perfeito.
Ele nunca vai ser capaz de ser a pessoa que ela merece ter ao lado, e desejar que um relacionamento entre eles seja possível é egoísmo da parte dele.
Tocava o rosto dela com as costas dos dedos num carinho doce e suave.
–Você foi o que de melhor aconteceu em toda minha vida. – dizer que o sorriso dele era triste seria pouco –Eu queria que você pudesse saber o quanto me faz bem... O quanto me faz alguém realmente melhor do que eu sou.. – ele afastava a mão do rosto dela.
Não seguiria a “manchando” ainda mais.
–Queria ser capaz de fazê-la feliz..
Mas aquilo era apenas um desejo egoísta e impossível.

Beatrice Ives | 21 anos | Fotógrafa

Sentiu o afago delicado em seu rosto, manteve os olhos fitos nele. Escutava cada palavra que ele dizia com atenção.
_ Você me faz muito feliz Steven, com você eu posso ser eu mesma, eu posso ri, fazer coisas bobas _ sorriu suave _ Eu consigo ser livre ao seu lado, de uma forma que eu nunca serei com outra pessoa _ era verdade, com ele ela não precisava se martirizar, pensar em coisas que não quer.
Ela o olhava.
_ Eu..._ respirou mais uma vez, ele precisava saber o quão bom era para ela, o quanto a sua companhia era indispensável, ela estava sendo emotiva e sabia que deveria calar a boca e deixar ele ir, mas precisava dizer aquilo para ele _ Você se tornou uma parte...A sua presença na minha vida me fez e me faz muito bem, você é único para mim.

Steven Lancaster

Escutou o que ela disse.
Cada palavra.
Se aquilo o deixou feliz? Claro que deixou.
Mas ele também sabia o que aquilo significava: que era um belo caso de amor desencontrado. Não importava o quanto um goste do outro... Era impossível uma realidade em que ficassem juntos.
Ele mesmo não conseguia ver aquilo ocorrendo. Ela era boa, era gentil, era pura, e era o total oposto do que ele era. Por mais que ela pense que ele a faz feliz, ele sabe que seria questão de tempo para magoá-la, quebra-la de forma irreparável. E é a última coisa que pode querer.
Ele gosta dela, se importa e se preocupa o bastante pra saber que ela merece alguém tão bom quanto ela é.
–Eu realmente queria conhecer uma realidade onde pudéssemos estar juntos e você não acabasse sendo magoada ou quebrada por meu egoísmo.. Uma realidade onde isso seria o certo.. – ele segurava as mãos dela nas suas –Mas só eu sei que a pessoa que sou agora jamais mereceria você. Apesar de você pensar que é o oposto, não é. – ele era a contraparte escura não ela.
Inspirou profundamente.
–O melhor será continuarmos como amigos e... Talvez eu deva me afastar. Fazer a coisa certa pelo menos uma vez. – falou a soltando e indo para o quarto.
Realmente teria que encontrar um outro lugar para ficar.
Mas ao menos estaria fazendo o que era certo.
Se afastaria dela.
Conheceria outra pessoa.
Ela também encontraria alguém.
Ela poderia se apaixonar por alguém.
Quem sabe ser correspondida sem que fosse tão errado.
O relacionamento dela evoluiria e ela até mesmo podia se casar com outra pessoa e ter uma família.. Um futuro.
Ele tentaria esquecê-la.
Também conheceria outra pessoa, e talvez até tivesse sua própria família... Um futuro.
Ele não estaria no futuro dela, e nem ela no dele.
Pensar naquilo foi absurdamente doloroso.
Antes que percebesse havia dado meia volta e a tinha em seus braços contra a parede roubando um beijo bem mais intenso do que aquele primeiro que deram.
Não. Ele não conseguiria abrir mão dela assim tão fácil.

Beatrice Ives | 21 anos | Fotógrafa

Ele segurou as suas mãos entre as dele, e ela o escutou.
_ Você não é egoísta Steven _ ela não achava que ele fosse magoá-la do jeito que dizia, na verdade ela achava que era bem o contrário, não era ele que mantinha segredos e parte de sua vida oculta, e que mesmo queria a companhia dele.
Quando disse que se afastaria aquilo realmente a afetou, não queria ficar longe dele, nos meses que passaram a presença dele tinha se tornado algo essencial na sua vida, ele era importante pare ela, não queria perde-lo. Mas era egoísmo querer ele junto mesmo que fosse apenas com amigo, não é? Ainda mais sabendo o que ele sentia, o que ela começava a sentir.
O viu lhe dar as costas e se afastar e ela sentiu um nó se formar em sua garganta e um desconforto enorme no peito, ela deu dois passos na direção dele e voltou novamente. Se ele ficasse longe, ela teria a absoluta certeza de que não iria machucá-lo. O observou por alguns segundos, piscando os olhos para evitar as lágrimas, por fim acabou se virando na direção da sala, quando de repente se viu contra parede e seus lábios sendo tomados pelo dele de forma muito mais intensa que a anterior, uma de suas mão seguiu para a nuca dele, aprofundando aquele ato, ela não queria perde-lo.

Steven Lancaster

O beijo era mais intenso, profundo e lascivo do que o primeiro dos dois.
As mãos dele logo estavam nela, a mantendo colada ao seu corpo enquanto sentia as mãos dela em sua nuca e como ela correspondia ao beijo.
Ambos sabiam que aquilo era errado. Assim como sabiam que a chance de dar certo era ridiculamente pequena e que se fosse qualquer outra pessoa no lugar dela não valeria a pena arriscar tanto. Mas era Beatrice. E é claro que sendo ela ele arriscaria sem pensar duas vezes.
Ele a estreitava entre seus braços ainda a mantendo contra a parede, sua mão a tocando por baixo da blusa do pijama e deixando que o beijo seguisse até que precisasse respirar.
–Retiro o que disse. – falou enquanto recuperava o fôlego, seus lábios roçando os dela –Não consigo abrir mão de você.

Beatrice Ives | 21 anos | Fotógrafa
Sentiu as mãos dele em seu corpo, mas ela não se importou, na verdade apenas aproximou-se mais dele, sentindo o corpo dele contra o seu, enquanto que a cada segundo que se passava o beijo se tornava mais intenso, mais necessitado. Ela tinha a noção de que no futuro não tão distante, quando ele descobrisse mais sobre ela, poderia não querê-la, pior que isso detestá-la, mas ela era tola e queria acreditar que seria diferente, que ele poderia aceitar de alguma forma. Naquele momento o que importava era ele, estar com Steven.
O beijo cessou quando lhes faltou ar, os lábios roçando um no outro.
_ Nem eu consigo te deixar partir _ falou, erguendo a outra mão e afagando o seu rosto.

Steven Lancaster

Escutou ela falar e sentia o afago em seu rosto.
Um meio sorriso surgia em seus lábios ainda roçando contra os dela enquanto seguia sem ter muita certeza se aquilo estava mesmo acontecendo, e menos certeza ainda de se estavam fazendo a coisa certa (a única certeza naquilo tudo era que agora sim Peter tinha motivos reais para querer mata-lo).
A manteve abraçada.
–Está tarde.. – falou de forma simples (e algo tão simples parecia até estranho depois de tudo) –Melhor irmos dormir. – ele ainda a abraçava enquanto andava em direção ao quarto –E você também vai dormir. – disse com um pequeno riso a levando consigo para o quarto de hospedes e caindo na cama –Boa noite, Abelhinha.

Beatrice Ives | 21 anos | Fotógrafa

Sorriu para ele, fitando-o nos olhos.
Aquilo que estavam começando tinha os seus riscos, porém por ele valia a pena tentar, só esperava que ela mesma não o magoasse. Passou os braços ao redor dele, escutando que estava tarde.
_ Verdade _ com certeza já era quase quatro da manhã, ele a guiou ainda em um meio abraço para o quaro de hóspedes.
_ Mas eu tenho que fazer umas pesquisas _ falou, mas por fim acabou deitando ao lado dele e se alinhando ao mesmo, fechando os olhos e torcendo que o cansaço fosse demais e o suficiente para faze ela dormir de uma vez.
_ Boa noite,Stell.

- Eu também, para ser sincera - ela respondeu, sobre passar um tempo de qualidade com alguém que entendia sobre o assunto. De fato desde a época da faculdade ela não conversa com ninguém direito sobre isso.

Haviam chegado em frente ao seu prédio e ela sentiu uma pontinha de... Bem, ela não sabia o que estava sentindo, mas fora como se algo houvesse despencado dentro dela. Como se algo tivesse sido arrancado. Ela queria passar mais tempo em sua companhia, explorando seus sentimentos conflitantes, mesmo que os dois só ficassem sentados em silêncio.

Logo ele tomava sua mão na dele e a levava aos lábios, pegando-a de guarda baixa. Sentiu como se um choque elétrico fluísse dele para si e expirou uma nuvem de ar condensado. Ela o olhou um pouco curiosa. Ela nunca encontrou alguém como ele, que fizesse um gesto desses.

- Obrigada - falou com um sorriso que, mesmo observando bem, não dava para ter certeza de se era feliz ou triste. Talvez um pouco dos dois. - Por me acompanhar - ela acrescentou.

Ela se despediu e entrou no prédio, mas parou no saguão e olhou pelos vidros espelhados que o fronteavam e o olhou se afastar em direção à estação de metrô. Quando chegou no apartamento e foi pendurar a bolsa na cadeira ela percebeu que esquecera de devolver a jaqueta.

Fechou os olhos e respirou fundo, sentindo-se incrivelmente mal e tola. Ele iria congelar e ficar doente por causa dela. Pensou em descer e ir atrás dele, mas ele provavelmente já teria embarcado no metrô. Passou a mão pela jaqueta, como se estivesse a acariciando. Tinha o cheiro dele e senti-lo fez a mulher sentir borboletas no estômago. Ignorou a sensação (um pouco assustada e com um pouco de dificuldade) e foi para o quarto, dobrando a jaqueta e a colocando sobre a cômoda para ter certeza de que não a esqueceria quando fossem almoçar.

Theodore O’Callaghan

Acabou acordando cedo. Não acreditava que estava nervoso em ir leva-la para almoçar, quer dizer... Não era um encontro. Não é como no colégio quando levou a garota por quem era apaixonado ao baile de primavera, então por que diabos estava se sentindo como se fosse??! Alguém por favor, o acerte entre os olhos. A gerência agradece.

Foi para a cozinha e preparou um chá extremamente quente para compensar por ter sido idiota e esquecido a jaqueta com ela (ao menos sabia que ela esteve aquecida até entrar no apartamento –sim ele é muito idiota as vezes–).
Deixou a chaleira no forno e foi tomar um banho quente enquanto a água fervia. Ouviu a chaleira assoviar e saiu do banheiro com uma toalha meio enrolada na cintura enquanto corria para desligar o fogo.
Em poucos minutos estava vestido e tomando seu chá.
Ao menos durante o dia não seria tão frio.
Logo bateu os olhos no relógio sobre o alpendre. Foi correndo escovar os dentes. Trancou a casa. Pegou as chaves do carro e foi para a casa de Gem.
Chegou no prédio bem em cima da hora e pediu ao porteiro para chama-la através do interfone (já que ele não sabia qual o número do apartamento dela). E esperou.

Jemma acordou cedo como de costume, mas algo estava diferente. Ela sentiu uma sensação estranha na barriga e um sorriso singelo que ela não conseguia tirar de seu rosto. Demorou alguns minutos para entender que estava ansiosa pelo almoço que teria com Theodore. Não sabia porque, mas cada vez que pensava que se encontrariam dali poucas horas, o sorriso se alargava. E isso a assustava. Deus, como a assustava.

Levantou da cama e foi direto para o box do banheiro para tomar um banho quente. Deixou a água escorrer pelos cabelos e pelas costas, acalmando seus nervos. É, talvez fosse besteira Jemma estar se sentindo daquela maneira, mas convenhamos... Ela não interage com outras pessoas socialmente desde que...

Ela suspirou e se secou, se embrulhando na toalha e indo para o quarto, o pensamento abrindo velhas feridas. Desde que Ian faleceu. Sua vida social se resumia à Caron e isso a deixava nervosa quanto a se socializar com outras pessoas.

Parou na frente do armário e ficou olhando suas roupas, indecisa do que usar. Meu Deus, era apenas um almoço entre amigos, mas ela queria estar no mínimo apresentável. Ela também não queria exagerar, no entanto. Por que era tão difícil escolher uma roupa?

Acabou optando por uma saia godê preta e uma blusa branca, que ficaria coberta pelo sobretudo grosso. Colocou uma meia-calça grossa e um sapato baixo.

Quando se deu por satisfeita (ou parcialmente), ela preparou o café da manhã, tomando um chá e comendo biscoitos. Depois ela tentou se distrair um pouco até o relógio marcar meio dia, mas não conseguia se concentrar na leitura. Sentindo-se extremamente frustrada, ela largou o livro de lado e foi para o quarto terminar de se arrumar. Jemma não gostava de maquiagem sobrecarregada, então fez somente uma maquiagem leve.

Olhou a jaqueta de Theodore em sua cômoda e sorriu, lembrando-se da noite anterior, como ele havia sido gentil e atencioso. Ela realmente esperava que ele não tivesse ficado doente.

O interfone tocou e ela atendeu e informou ao porteiro que já iria descer. Já havia trancado a porta e estava chamando o elevador quando percebeu que havia esquecido a jaqueta. Murmurou um "tola" ao abrir a porta do apartamento de novo e ir para o quarto e pegar a jaqueta. A dobrou no braço e então saiu do apartamento.

Logo Jemma já estava no saguão e descia as escadas frontais, vendo Theodore parado a esperando. Ela imediatamente sorriu. Era agradável vê-lo sob outra luz.

- Bom dia - falou se aproximando dele.

Theodore O’Callaghan

Se pegou um tanto ansioso, volta e meia olhando na direção das portas do elevador esperando que abrissem e ela saísse. E ele nem tinha ideia de por que estava assim!
Contudo ela logo aparecia e isso fazia um sorriso involuntário surgir no rosto dele e se estender até os olhos. Sim, ele estava sorrindo apenas por vê-la, e sim ele sabe que é um idiota. Mas não se tem muito o que fazer a respeito disso.
–Bom dia, Gem. – a cumprimentou ainda sem conseguir tirar aquele sorriso bobo do rosto enquanto a olhava.
E logo veio o silêncio.
O silêncio foi tão grande que até deu pra notar o porteiro que os assistia enquanto fingia ler uma revista e revirava os olhos provavelmente achando os dois estranhos (ou pelo menos achando que Theodore devia ser algum idiota por não ser capaz de pensar em nada para dizer).
–Ansiosa para conhecer o lugar em que vou te levar? Ou já desanimou? – brincou enquanto a guiava para fora do prédio em direção ao carro.

Ele sorria enquanto a cumprimentava e Jemma não pôde deixar de reparar no quanto o sorriso dele era bonito. Por algum motivo ela se sentiu pequena ao lado dele (apesar de que de fato ela era menor que ele).

Jemma não se incomodava muito com o silêncio, lhe era familiar. Podia se perder em seus pensamentos, mas então se perguntava o que estaria na mente dele. Ela não conseguiu pensar em nada para dizer, afinal ela não é uma das melhores pessoas para puxar conversa.

Ouviu a pergunta, logo seguida de outra e soltou um riso baixo, anasalado, enquanto deixava-se guiar em direção ao carro.

- É claro - disse. - Digo, que estou ansiosa. Não que desanimei - acrescentou, franzindo os lábios, a jaqueta esquecida no braço enquanto ela se preocupava em não parecer tola ou abobalhada.

Theodore O’Callaghan

Ouviu a resposta dela e um pequeno riso escapou ao perceber a forma como ela tentava se corrigir apressada. Ela franzia os lábios de um jeito engraçado. Meio fofo.
–Tudo bem, eu entendi o que quis dizer. – falou enquanto abria a porta do carro para ela e esperava ela entrar antes de fechá-la e dar a volta no carro indo para o assento do motorista e ligando o aquecedor do carro antes de dar realmente a partida (mesmo que não estivesse tão frio por ser dia ainda era inverno).
–Quer ligar o rádio? – perguntou para ela enquanto se dava conta de que não conhecia muito a respeito dela –Que tipo de música você gosta? – acabou perguntando com certa curiosidade, mas sem desviar os olhos da rua, ele costuma redobrar a atenção quando dirige em dias de neve, afinal nunca se sabe quando vai ter gelo em algum trecho, e nem se já jogaram sal no asfalto... De todo modo, era melhor prevenir.

Sentiu as bochechas esquentarem e ela sabia que elas haviam adquirido aquele tom característico de rosa. Entrou no carro quando ele abriu a porta e agradeceu antes dele a fechar. Viu-o ligar o aquecedor e não demorou muito para o carro começar a esquentar. Isso a ajudou a relaxar; o frio a deixava mais nervosa.

Escutou a pergunta dele e anuiu com a cabeça.

- Praticamente todos os tipos - ela respondeu. Sabia que era uma resposta um pouco vaga, pois abrangia muita coisa, então tentou melhorá-la. - Ahn... Gosto de folk e de música clássica, principalmente para trabalhar ou estudar, me ajuda a me concentrar, mas eu também gosto de pop, rock, R&B, soul, jazz, às vezes até alguma coisa mais indie. Ah, eu também gosto de música estrangeira. Adoro ouvir outras línguas - ela exibia um sorriso no rosto, mas percebeu que algo estava errado: ela estava ouvindo demais a própria voz. Havia se empolgado e nem tinha percebido. Ele provavelmente só perguntara por educação e ela se desembestara a falar sem parar. Sentiu as bochechas esquentarem de novo e desviou o olhar para fora da janela do carro, agradecendo por ter uma desculpa para olhar para outro lado. Essa provavelmente fora a maior sentença que ela falara em... Um bom tempo.

Ela não se dera conta do que estava fazendo. Theodore a fazia se sentir à vontade. E quando percebia isso ela retrocedia um passo.

Theodore O’Callaghan

Ela começou a responder a pergunta que ele fez a respeito do tipo de música que ela prefere e a resposta dela foi bem abrangente e entusiasmada. Pelo visto música faz parte da rotina dela.
–Eu também gosto bastante dos estilos que você citou. Mas o folk sempre será meu grande amor dentre todos esses. – disse com um tom de riso enquanto pensava em qual era sua banda favorita –Apesar de que a banda que eu mais gosto é uma mistura de folk e punk. O nome da banda é Flogging Molly. E sim, é o mesmo nome do bar da Domeana onde fomos ontem. – riu –Mas se tivesse que escolher uma bando, grupo ou até músico. Qual seria seu favorito? – perguntou enquanto se aproximavam do Kensington Gardens.
Estacionaria por ali, afinal o restaurante onde iria leva-la era perto do local.

Ouviu a resposta dele e pensou por um segundo.

- Eu acho que não conheço essa banda - ela falou, referindo-se à Flogging Molly. Achou interessante que o bar tivesse o mesmo nome da banda. - Mumford & Sons - falou enquanto anuía a cabeça. - Eles são ótimos, eu realmente gosto deles.

Peter Ives | Agente | 32 anos

Quando saiu do apartamento de sua irmã, o loiro seguiu direto para a sua casa que ficava há uns trinta minutos da dela. Estacionou o carro no estacionamento do seu prédio e seguiu pelo elevador até o seu andar, saiu do mesmo e seguiu pelo corredor até a porta do seu apartamento, passou o cartão e entrou, batendo a porta atrás de si e retirando a jaqueta e os sapatos no caminho até a sua cama, estava cansado, apenas se jogou sobre o colchão e em questão de minutos estava dormindo.
[...]
Acordou quase na hora do almoço, os fios claros estavam todos bagunçados e ele com a mesma preguiça de sempre, depois de muita luta se levantou e foi direto para o banheiro, se despindo e indo para debaixo da ducha. Demorou-se alguns minutos no banho, tempo o suficiente para se despertar por completo, se secou e saiu do banheiro como veio ao mundo, indo até o guarda roupas e pegando as peças limpas limpas, se vestiu em poucos minutos e saiu para pegar algo para o seu almoço. Optou por caminhar, mesmo que ainda estivesse nevando,o restaurante não era longe dali, percorreu o caminho em quinze minutos, assim que entrou se sentou em uma das mesas, inferno, aquilo estava lotado.

Theodore O’Callaghan

–Acho que não conheço. Mas agora fiquei interessado, vou procurar álbuns para ouvir. – falou enquanto desligava o carro –A partir daqui a gente vai andando. – explicou enquanto descia. Logo dando a volta no carro e abrindo a porta para que ela pudesse descer também.
Dali de onde estavam era realmente perto o lugar em que ficava o tal restaurante.
Caminhou com ela até um edifício na esquina. Dava pra ver a fachada da Marks & Spencer. Nada indicava o restaurante. A guiou para a rua ao lado onde finalmente a entrada para o restaurante se revelou.
–Espero que goste daqui. – sorriu para ela enquanto a guiava até o terraço. A vista do lugar era esplêndida, como num jardim de inverno ou em uma estufas haviam flores perenes, cuidadas para florescerem mesmo durante o inverno. Toda a decoração feita em verde e um branco quase perolado.

Dorian H. Gray

Saiu do apartamento pela janela com suas coisas e desceu pela escada de incêndio para não ser vista pelos vizinhos bisbilhoteiros e nem pelo porteiro que na certa ficaria olhando para bunda dela graças aquele pijama que estava vestindo (nesse momento ela começa a pensar que teria sido mais esperta se tivesse pego alguma roupa de Charles e devolvido depois, mas estava tão nervosa ainda mais com aqueles sonhos e depois teve a pressa para pegar tudo antes que a polícia chegasse no apartamento dela, já que era certeza que ainda acreditavam que ela havia desaparecido do hospital).
Tudo o que pode fazer foi seguir andando e ignorar o olhar das pessoas na rua. Seu estômago reclamava exigindo ser alimentado. Olhava em volta até avistar um restaurante. O lugar estava lotado, mas com tantas pessoas todas tão ocupadas em suas próprias conversas desimportantes ninguém repararia em uma albina de baby-doll.
Entrou e olhou em volta por uma mesa vazia. Não havia nenhuma, apenas um cara sentado sozinho. Seria ali mesmo.
Foi até a mesa e sentou na cadeira de frente pra ele como se fossem velhos conhecidos e ele a estivesse esperando.
–Olá. – cumprimentou pegando o cardápio e ignorando que vestia um baby-doll de tecido com uma leve transparência sem sutiã.

pijama: