AGES - Casos Sobrenaturais

Caron olhou para o céu nublado e escuro. Não dava para ver as estrelas, é claro, mas ao menos havia parado de nevar. Sentiu uma sensação estranha ao ver Theo colocando seu casaco em Jemma e o ajeitando nela. Essa era a obrigação dele e ele teria feito isso. Mas Caron sabia que Theo simplesmente não conseguia não ser gentil com mulheres, por causa de suas irmãs. Era algo praticamente patológico, então chutou o sentimento pro lado.

- Ok - falou com um sorriso.

Ela realmente não queria que ele se preocupasse com ela, mas não se imporia se ele insistisse. Olhou para os dois lados da rua, não avistando vivalma. As únicas pessoas acordadas ali na região eram as poucas dentro do Flogging Molly e os três ali fora.

Sobressaltou-se ao sentir o casaco dele em seus ombros e o olhou. Sentiu a pele do pescoço arrepiar quando ele passou as mãos ali e entreabriu a boca, deixando sair uma nuvem de ar condensado. Ela estava um pouco assustada com a proximidade dele, apesar de ele não estar tão perto assim, mas não conseguiu conter o sorriso que se abriu em seus lábios. Eles pareciam uma constância perto dele.

- Obrigada - ela agradeceu.

*dormindo, tendo pesadelos com aquela criatura horrorosa*

Beatrice Ives | 21 anos | Fotógrafa

_ Ahaaaam sei.
Não demorou mais que alguns curtos segundos para Peter adentrar a sala, ele a fitou com uma expressão estranha, ela olhou para baixo e viu a camisa do pijama lá em cima, abaixou imediatamente.
_ Está com fome, tem comida...
_ Congelada?
_ Sim _ ela riu.
_ Eu dispenso. _ falou e olhou pro homem jogado no sofá _ O que houve?
_ Eu gosto, são gostosas.
_ Só para você, pestinha. Agora o que queria falar comigo?
_ É sobre o seu trabalho, vem aqui _ foi até ele e o puxou pela mão até o seu escritório vulgo bancada da cozinha, enquanto o outro retomava o folego.

Steven Lancaster

Ficou caído meio morto no sofá enquanto escutava mais ou menos a interação entre ela e o irmão, mas sem dar muita atenção, afinal não é correto escutar conversa alheia.
Sentiu uma estranha fisgada no pulso e olhou a mão esquerda vendo ali as mesmas “teias negras” que estavam em suas costas, mas logo puxando mais a manga da camisa para ocultá-las, contudo nem foi preciso pois assim como elas vieram também se foram apenas deixando um leve tremor e sensação e formigamento, tanto que ele chegou a pensar que fosse apenas uma pequena alucinação devido ao cansaço e falta de ar.
Apenas ficou ali deitado no sofá e olhando para o teto, sua mente viajando longe e se prendendo a Madeleine que viu há poucas horas. E lembrando de quando encontrou o cadáver dela no armário... Na época ele tinha quantos anos mesmo? Dez? Doze? Por que não se lembrava desses detalhes? Apenas recordava o dia, a promessa... Come se nada mais naquele ano houvesse sido real além da morte de sua irmã gêmea..

Theodore O’Callaghan

–Então vamos. Eu acompanho vocês e assim aprendo onde fica sua casa para amanhã não acabar me perdendo. – disse com um pequeno riso para a mulher.
Viu a respiração dela se condensar e se misturar à sua enquanto ajeitava o casaco nela. Viu ela sorrir, e simplesmente não havia como resistir à sorrir de volta. Lhe parecia um ato tão natural que seria estranho se não sorrisse para ela.
–Você tem um sorriso adorável, Gem. – foi o singelo elogio que não pode conter ao ouvi-la agradecer pelo casaco.
Para alguém tímida ela sorria bastante, e ele gostava disso nela. Esses sorrisos simples e silenciosos.

Caron olhou os dois e pensou ter visto algo ali, mas ele conhecia Theo. Qual é, ele conhecia Theo. Ele sabia que não tinha nada ali a não ser a bondade dele. Olhou para Jemma e um pequeno sorriso curvou o canto de seus lábios ao vê-la corada daquele jeito. Não tinha como não ser gentil com ela. Ela tinha esse efeito nas pessoas (off: Ok, Caron, não exagere.)

- Vamos - disse, enquanto caminhava ao lado de Jemma em direção aos prédios deles.

Ouviu o elogio dele enquanto começava a andar ao lado de Caron. Agradeceu por suas bochechas já estarem coradas, pois isso a pouparia do constrangimento.

- Você é muito gentil, Theodore - ela respondeu, olhando os pés enquanto andava, mas o sorriso ainda era visível em seus lábios.

Ela franziu as sobrancelhas em um breve momento, parecendo se lembrar de algo. - Como você vai voltar para casa depois?

*dormindo, tendo pesadelos com aquela criatura horrorosa*

Beatrice Ives | 21 anos | Fotógrafa

O loiro se deixou ser guiado pela morena até a bancada, ela ficou de costas de modo que Steven não pudesse ver o seu rosto, já que do sofá dava para ver perfeitamente a área integrada da cozinha.
_ Antes que me de o esporro do ano, eu não tinha ideia do que encontraria, pensei que era alguma história boba dos empregados _falou e ele obviamente não entendeu _ Vou resumir os fatos. Eu fui ao café para entregar as fotos ao Stell, por algum motivo falamos algo sobre seres sobrenaturais e ele comentou sobre os funcionários dele fantasmas, como fiquei preocupada inventei uma história e o acompanhei até a mansão, quando entramos fomos emboscados pelo fantasma da irmã dele, destruímos o objeto que a prendia a nossa realidade, mas..._ ela falava rápido e baixo para que o outro não escutasse, ela pegou o celular e lhe mostrou as fotos para ele _ Algo que eu não sei o que é, o feriu e isso...Tenho um péssimo persentimento, preciso da sua ajuda.

Steven Lancaster

Continuou deitado, preso àquelas lembranças dolorosas.
Não queria pensar naquilo. Era difícil. Doía.
Pelo visto não importaria quantas vezes aquilo se repetisse, ele nunca conseguiria cumprir a promessa que fez para Madie, assim como nunca conseguiria salvá-la. E aquelas mortes... Seus empregados...
Aquelas pessoas tinham famílias. Famílias que jamais saberiam o que realmente houve porque é simplesmente impossível de explicar o que aconteceu..
Passava a mão pelo cabelo, o escovando com os dedos e jogando para trás, pra fora do rosto. Seus olhos percorrendo o mural de fotos de Beatrice e se concentrando em cada uma para distanciar sua mente dos problemas. Pelo visto ele escolheria não pensar a respeito.

Theodore O’Callaghan

Ouviu Caron lhes dizer para irem e era realmente melhor que fossem andando antes que voltasse a nevar, ou não seria nem um pouco divertido.
–Sim, Vamos antes que esfrie ainda mais, ou volte a nevar. – concordou com o outro.
Ouviu a voz baixa de Gem enquanto ela andava olhando os próprios pés e ainda assim sorrindo. Realmente não tinha como Theodore não sorrir com aquilo.  O sorriso surgia no rosto dele sem qualquer alarde, apenas surgia enquanto ele umedecia os lábios com a ponta da língua olhando para a neve diante de seus pés.
–Obrigado, Gem. – agradeceu o cumprimento dela –Mas eu apenas disse a verdade. – o sorriso ainda estava no rosto dele ao olhar para ela enquanto dizia aquilo.
Viu como ela franzia a sobrancelhas e logo escutou a pergunta.
–Bem... Eu vou andar. – respondeu de forma simples –Mas se esfriar demais ou voltar a nevar eu pego o metrô.

- Cuidado para não escorregar, Jemma - Caron falou, vendo a quantidade de neve que se amontoara nas horas em que nevera.

Talvez - só talvez - Caron não soubesse como reagir ao ver Jemma conversando com outra pessoa além dele. Claro, ela falava com as pessoas da AGES quando era preciso em relação ao trabalho, mas não era a mesma coisa. Jemma estava interagindo socialmente com Theo. Isso não era algo que se via todo dia. Diabos, não era algo que se via nunca. Ele fora pego desprevinido.

Ela assentiu para Caron, redobrando a atenção que estava dando à neve no caminho. Não queria acabar caindo.

Virou o rosto um pouco para olhar o moreno com uma expressão preocupada.

- Por favor, diga que irá de metrô - ela pediu. - Está realmente muito frio. Você também pode se resfriar.

Jemma não queria que Theodore ficasse doente. Ainda mais se fosse por algo como acompanhá-la até seu apartamento. Sentiu-se surpresa consigo mesma ao pensar aquelas coisas. Fazia tempo que não se preocupava genuinamente com alguém além de Caron. Era algo novo novamente e ela estava com a guarda baixa.

Instantaneamente milhões de pensamentos começaram a vir à mente dela. Ela não podia deixar ninguém entrar. Ninguém se aproximar. Não queria se machucar.

Olhou novamente para o moreno ao seu lado e não conseguiu acreditar que ele a machucaria. Não com o sorriso e o jeito gentil que ele demonstrava. Além disso, ele era amigo de Caron, então isso deveria significar alguma coisa. Talvez eles pudessem se tornar bons amigos.

*dormindo, tendo pesadelos com aquela criatura horrorosa*

Beatrice Ives | 21 anos | Fotógrafa

Apesar dela jogar as informações rápido demais ele entendeu tudo, a fitou com preocupação existia um motivo para ela sair da AGES, ela queria uma vida normal, outra coisa (ao menos era isso que ele pensava), mas agora depois de três anos de repente ela caí naquela situação.
_ Você está bem?
_ Estou. Pode me ajudar? Ele é importante para mim _ pediu, com os olhos fitos nos dele.
_ O que você não me pede e eu não faço? Se ele significa tanto para você, não sei o motivo, acho ele chato, mas..._ sorriu e afagou o cabelo dela _ Irei investigar isso, talvez Jemma possa ajudar, me passe essas fotos, irei mostrar para ela.
A menor sorriu e lhe deu abraço forte.
_ Obrigado, sabia que podia contar com você.
Ficaram abraçados por um tempo.
_ Agora tenho que ir, e você juízo, coma e durma direito e cuidado com o pervertido de plantão _ falou se dirigindo para a porta de saída _ Tchau pervertido, estou de olho em você e carrego uma quarenta e cinco.
A morena revirou os olhos e riu.
_ Até mais, cuidado ao voltar para casa _ falou, vendo lhe dar as costas e partir, ela fechou a porta.

Steven Lancaster

Saiu de seus devaneios ao ser chamado de pervertido por Peter.
–Até mais, Jake. – respondeu.
E sim, ele chamou de Jake apenas porque pensou que o outro não gostaria que justamente ele o chamasse pelo apelido (não ia ficar sendo chamado de pervertido de graça).
Beatrice apenas ria, aquela miniatura de advogada do diabo.
Logo ela fechava a porta.
–Então ele não vai me matar? – perguntou estendendo a mão para que elase juntasse a ele no sofá.

Theodore O’Callaghan

Ouviu o pedido dela e a olhou com aquele meio sorriso de canto e uma das sobrancelhas levemente arqueadas antes de deixar um riso mínimo escapar.
–Ok.. Eu vou de metrô. – concordou com um sorriso um pouco mais aberto –Apenas não se preocupe tanto, ok? – piscou para ela enquanto sentia as pontas de seus dedos no bolso da calça congelarem. Mas não ligava muito pra isso, ao menos sabia que Gem estava aquecida em seu casaco (e ele precisava descobrir porque era patologicamente gentil com mulheres... Certeza que era culpa de suas irmãs).
–Você tem algum lugar que prefira ir para almoçar fora? Ou eu devo escolher? – perguntou para ela.
Afinal de contas não havia mal em perguntar, já que eram dois amigos indo almoçar e não um encontro, então ele podia perguntar pra ela onde queria ir sem problemas, certo?

Mais alguns quarteirões e eles estariam chegando ao prédio de Caron. Ele olhou para os dois. Theo dissera que iria acompanhar Jemma até seu apartamento, então não havia real necessidade dele o fazer também. Mas ele o vinha fazendo praticamente todo os dias nos últimos dois anos, sem contar os dias de turnos extras e as vezes que ia de carro. Mas mesmo quando ele ia de carro, ele levava Jemma ao trabalho e depois para o seu apartamento. De carro, era uma questão de minutos de distância, não era nenhum incômodo. O ponto é que Caron sentia-se estranho em ir direto ao seu apartamento sabendo que Jemma ainda estava andando na rua indo para o seu próprio.

Sentiu-se um pouco tola por demonstrar sua preocupação e apenas anuiu com a cabeça. Ao menos ela sabia que ele iria de metrô e as chances de ele acabar resfriado diminuiriam.

Ela ergueu o rosto ao ouvir sua pergunta. Inclinou a cabeça um pouco para o lado e mordeu o lábio inferior sem nem se dar conta, enquanto pensava. Ela não saía para comer fora muito frequentemente, então era mais fácil que fossem a um lugar do agrado dele.

- Fique à vontade - ela sorriu, o lábio inferior exibindo uma pequena marca dos dentes que o compressara.

*dormindo, tendo pesadelos com aquela criatura horrorosa*

Beatrice Ives | 21 anos | Fotografa

Foi até o moreno praticamente correndo e sim, era por causa do frio, segurou a mão que lhe foi estendida e se sentou ao lado dele, puxando o edredom com a mão livre para cobrir ambos, depois segurou a mão dele entre as suas.
_ Já disse que te protejo _ sorriu e depois ergueu ergueu o rosto, fitando os olhos escuros _ Como você está?

Steven Lancaster

Logo ela estava ao seu lado no sofá os cobrindo com o edredom e segurando sua mão nas dela como se fosse algo absolutamente rotineiro, quase familiar de fazerem, quando na verdade era a primeira vez que ele até mesmo estava no apartamento dela. Se era estranho? Talvez um pouco inusitado, mas não era ruim. Essa sensação de algo rotineiro e cotidiano, essas ações que pareciam tão fáceis e naturais entre ambos o agradavam. Era quase tranquilizante.
Riu quando ela disse que o protegeria.
–Pelo que vi de sua defesa hoje eu não sei se posso concordar com isso. – provocou a menor. Logo ela o fitava nos olhos e ele devolvia o olhar da mesma forma –Estou bem, não se preocupe, Abelhinha.

Theodore O’Callaghan

Viu como ela erguia o rosto e olhava em sua direção quando ele lhe fez a pergunta a respeito do restaurante. Mas a resposta dela foi para que ele escolhesse.
Tentou pensar a respeito... Onde leva-la...
Quando a ideia lhe atingiu como um cruzado de esquerda direto no olho (sim, ele é cheio de metáforas ridículas que o fazem se perguntar se não está passando muito tempo com Peter e John).
–Acho que tenho o lugar perfeito para leva-la. – sorriu –Você é alérgica a flores? – afinal se ela fosse não teria como leva-la àquele restaurante em especifico.

- Jemma ama flores - ele se viu falando antes que tomasse consciência do que estava fazendo. Era verdade, porém, Jemma amava flores e ele sabia disso, a resposta estava na ponta da língua.

Ele respirou fundo. Deveria ter um pouco mais de consideração pelos amigos e não se intrometer na conversa, mas era praticamente impossível se tratando de Jemma.

Ouviu Caron e assentiu, o olhando brevemente.

- Sim, de fato - ela voltou a sorrir para o moreno. - Não sou alérgica. Isso tem algo a ver com o lugar?

Seus olhos brilharam quando ele falou das flores. Jemma realmente gostava muito de flores. A faziam se lembrar de casa, do campo onde crescera e dos pais.

*dormindo, tendo pesadelos com aquela criatura horrorosa*

Beatrice Ives | 21 anos | Fotógrafa

_ Eu só fui sincera _ se defendeu, escutando a resposta dele em seguida, ela manteve os olhos fitos nos dele, não acreditava naquilo, não havia como ele estar bem depois de tudo que passou, mas ela não iria forçar a situação.
Levou uma de suas mãos até o rosto dele e o afagou com cuidado.
_ Eu sei que não está bem, é tudo muito...Confuso, amedrontador, mas quando quiser falar sobre isso, eu estarei aqui para ouvir _ disse sincera, com um sorriso suave.
Se para ela foi...desorientador tudo o que houve, para ele deve ter sido terrível.

Steven Lancaster

Olhou para ela com a sobrancelha arqueada ao escutar como ela se defendia. Algo lhe dizia que ele não era o único a sofrer com a “sinceridade” dela.
Ela pareceu não acreditar na resposta que ele lhe deu, e se tivesse que ser mesmo sincero nem ele acreditava no que disse. Não tem como ficar “bem” depois daquilo tudo que aconteceu com eles na mansão, era simplesmente insano pensar que podia apenas seguir em frente como se fosse um dia normal quando não era. Mas não precisava preocupa-la com seus pensamentos bagunçados, quando ela parecia já ter sua própria bagunça mental para lidar.
Sentiu o afago em seu rosto e não teve como não sorrir para aquele gesto dela enquanto a escutava falar. Encostou sua testa contra a dela enquanto deixava a garota seguir com o afago. Sim ela estava certa, foi confuso e totalmente amedrontador e ele ainda estava tentando entender por que com ele. Mas ainda não estava pronto pra falar daquilo com alguém.
–Eu sei que você vai estar.. – respondeu –Só me dê um pouco de tempo, Abelhinha. Tempo pra absorver os acontecimentos. – falava com os olhos levemente cerrados.

Theodore O’Callaghan

A resposta para sua pergunta veio de ambos, mas ele não se incomodou. Na verdade estava achando um pouco estranho que Caron estivesse tão silencioso. Talvez o amigo estivesse pensando em alguma coisa do trabalho.. Ele parecia estar sempre preocupado com trabalho.
Os olhos da morena chegavam a brilhar enquanto perguntava se as flores tinha algo a ver com o lugar em que a levaria.
–Tem tudo a ver com o lugar onde vou te levar. – ele sorria levemente animado com aquilo –Mesmo sendo inverno, confie em mim, você vai amar aquele lugar. – estava feliz de poder leva-la em um lugar que a faria ficar com os olhos brilhantes como estavam agora.

Beatrice Ives | 21 anos | Fotógrafa

Esperou pacientemente a sua resposta, sua primeira vez com o contato sobrenatural não é bem a melhor lembrança da sua vida, mas não afeta tanto. Meio que se acostumou, a verdade era que você tinha duas opções quando lidava com aquilo constantemente a primeira você se acostuma ou a segunda você enlouquece.
Ele encostou a testa dele na sua e ela manteve o afago, desejava que ele ficasse bem...
_ Tudo bem, leve o tempo que precisar _ falou, enquanto pensava em algo que pudesse entreter-lo ou relaxá-lo ao menos por algum tempo, lembrou do mural e uma ideia surgiu.

Caron abriu a boca para perguntar que lugar era esse, mas conteve-se à tempo. Jemma não saía muito de casa e este parecia ser um ambiente que a agradaria. Se Jemma não conhecia o lugar (o que ele achava o mais provável), o ideal seria que fosse uma surpresa para ela. A sua reação seria fantástica se ela não soubesse o que esperar além disso. Mas se Theo a falasse ele não poderia fazer nada.

Não percebeu que os cantos de seus lábios estavam erguidos em um meio sorriso enquanto pensava na reação de Jemma ao ver um monte de flores em quantidades variadas. Tossiu levemente, fechando a mão em punho na frente da boca e depois enfiando ambas nos bolsos da calça.

- Eu confio em você - ela falou, o sorriso irradiando seu rosto. Ela mal podia esperar para ver o lugar. Sabia que iria se encantar aonde quer que Theodore a levasse. Jemma gostava da companhia dele e não se importava com o silêncio ocasional. Theodore era o tipo de pessoa com a qual você pode ficar em silêncio e não se sentir constrangida com isso - bem, não pelo silêncio ao menos -, pois não ficava um clima estranho no ar. O que a deixava constrangida era o jeito dele e o dela próprio. Ela não sabia como agir e reagir.

*dormindo, tendo pesadelos com aquela criatura horrorosa*

Steven Lancaster

Seguiam daquele jeito, as testas uma contra a outra e ela com o afago gentil.
Era reconfortante depois daquilo tudo.
Precisa apenas... Aceitar aquilo tudo. O que aconteceu com ele certamente não foi um episódio isolado, esse tipo de coisa certamente acontece com outras pessoas talvez de forma até pior. E isso o fez pensar na ironia que é a mansão dele ser um dos oficialmente considerados pontos mais mal assombrados da Grã-Bretanha.
–É meio irônico.. – falou para ela enquanto seus braços envolviam a cintura dela de forma gentil, como algo natural... Normal.
Quando ela se tornou alguém assim tão próximo a ponto da presença dela ser o bastante para acalmá-lo?

Theodore O’Callaghan

O sorriso que ela lhe dava dessa vez era certamente maior que os outros e menos tímido. Ela devia estar tão animada para o almoço de amanhã quanto ele, ainda mais que ele faria de tudo uma surpresa para ela. A ideia era divertida. Fazê-la sorrir mais vezes assim, fazer os olhos dela brilharem de expectativa como estavam brilhando agora. Isso era mais do que agradável para Theodore. Se pegou fazendo pequenos planos de onde leva-la no decorrer do dia para causar mais dessas reações na mulher.
–Fico feliz que confie em mim, Gem. – falou sincero e absolutamente sem pensar no que dizia, mas era verdade. Saber que ela confiava nele o deixava feliz. Era estranho, mas um estranho bom.

Beatrice Ives | 21 anos | Fotografa

Ficaram daquela forma por mais algum tempo, seus olhos nos dele, observando a confusão que eles refletiam e talvez o medo, ela não disse nada, apenas o olhava com atenção até que o rapaz afastou o rosto e seus braços envolveram a sua cintura, ela passou um dos seus ao redor dele e se recostou no mesmo, voltando a cobri-los.
_ O que é irônico? _ perguntou.

Caron parou de andar ao ver que já estavam em frente ao prédio dele. A viagem fora mais curta do que esperava. Ele gostaria de passar um tempo com Jemma esse final de semana, mas ele se atrasou em perguntar. Provavelmente só a veria segunda-feira novamente.

- É aqui que eu fico - ele falou, olhando para o prédio.

Se virou para ela e a puxou pela jaqueta - que ele não pôde deixar de notar novamente que era de Theo - para mais perto, dando um beijo demorado em sua testa. - Divirta-se amanhã.

Ela anuiu com a cabeça e ele se virou para Theo para se despedir.

- Foi bom te ver, temos de marcar algo novamente - ele sorriu para o amigo. - Cuide dela por mim - acrescentou, estreitando levemente os olhos.

A expressão, porém, não era uma ameaça, era só preocupação. Ele sabia que Theo iria cuidar dela. Não tinha que se preocupar. Não tinha motivo para ficar se reassegurando disso.

Sim, Jemma confiava nele. Não, ela não fazia absolutamente nenhuma ideia do porque. O conhecia há poucas horas, mas sentia que podia confiar nele, apesar de cada nervo e pensamento estar gritando para ela sair correndo e ficar o mais longe dele quanto possível.

Sentiu Caron a puxar e beijá-la na testa. - Sim, senhor - ela brincou sobre se divertir no almoço.

E então ele estava se despedindo de Theodore e falando para ele cuidar dela. Caron não precisava passar a responsabilidade para o outro. Ela se sentiu um pouco estranha com aquilo.

*dormindo, tendo pesadelos com aquela criatura horrorosa*

Steven Lancaster

Ela correspondia ao abraço e os cobria enquanto se recostava nele.
Escutou a pergunta dela e não teve como não deixar um pequeno riso escapar enquanto o pensamento anterior voltava a sua mente.
–Minha casa é oficialmente reconhecida como um dos pontos mais mal-assombrados da Grã-Bretanha. – contou para a morena enquanto não tinha como não rir da ironia daquilo tudo.

Theodore O’Callaghan

Ouviu a “ordem ” que Caron lhe passava.
–Não precisa se preocupar, eu jamais deixaria que algo acontecesse à ela. – falou para o outro –Você me conhece, Caron. Sabe que pode confiar ela à mim. – sorriu.
Não que ele visse como uma obrigação, bem pelo contrário. Ele ficava até meio feliz de saber que o amigo estava confiando alguém que considera importante a seus cuidados.
–Vamos, Gem. – ele oferecia seu braço para ela usar como apoio enquanto andavam, era mais seguro do que acabar escorregando na neve –Até mais, Caron. Vê se lembra de ligar de vez em quando, ou as quatro vão aparecer na sua casa e te matar. – brincou com o outro.

Beatrice Ives | 21 anos | Fotógrafa

Riu junto com ele.
_ Realmente _ era uma ironia bem ruim para o rapaz, ela simplesmente encostou o rosto no seu peito e o ergueu, e o fitou por um tempo antes de um sorriso ressurgir.
_Eu estava olhando para lá _ apontou com a mão na direção do mural, mas manteve os olhos nele _ Está faltando alguém e um nome ali, sabe..._ ela fingiu pensar com aquele brilho travesso nos olhos _ Então, chefinho, Ste-fofo e Stell, o que acha?
E sim, ela falava daquela forma e olhava daquele jeito para que ela não pudesse recusar.

Concordou com a cabeça. Ele sabia disso, mas mesmo assim tinha de falar. Ele tinha de falar. Jemma não era tudo e somente o que ele tinha, mas ela era importantíssima para ele. Se a perdesse, seria como perder um dos sentidos. Uma parte de você morre, mas todo o resto continua funcionando normalmente.

Ele riu. - Vou me lembrar de ligar para elas. Não quero amanhecer morto - ele deu um último aceno e um último sorriso para Jemma antes de entrar pela porta da frente e sumir no saguão do prédio.

Sorriu para Caron antes de ele desaparecer dentro do prédio. Olhou o braço que Theodore a oferecia. Seria falta de educação não aceitar, mas ela mesmo assim hesitou. Ela não tinha nenhum tipo de contato físico com ninguém (a não ser Caron). Mas ela acabara de falar que confiava nele. E apesar de ter falado sem pensar, ela de fato sabia que podia confiar nele. Cuidando para que o casaco não caísse, engatou seu braço no dele.

Sem querer sua mão roçou na mão dele, mas ela não ficou tão surpresa com o contato quanto deveria ter ficado. O fato de sua mão estar extremamente gelada extinguiu qualquer pensamento sobre.

- Sua mão está congelando - ela disse com um ar culpado. - Você deveria pegar sua jaqueta de volta - falou enquanto já ia desengatando o braço do dele e tirando a jaqueta.

*dormindo, tendo pesadelos com aquela criatura horrorosa*

Steven Lancaster

Ela também.
Afinal quem não riria.
Era ridículo e ao mesmo tempo um tanto triste e irritante. Ela encostou o rosto no peito dele e ele aguardou esperando que ela não tivesse simplesmente dormido do nada, mas logo ela erguia o rosto e o fitava antes de um sorriso surgir. Um sorriso muito suspeito, diga-se de passagem.
Olhou para onde ela apontava e logo que ela continuava a falar ele a olhava com a sobrancelha arqueada. Aquilo era sério?
Ela não podia estar falando sério.
Mas ela o olhava daquele jeito... Com aqueles olhinhos, e falando de forma tão meiga que... Ela o estava manipulando!
–Certo... O que você quiser, Abelhinha.. – sim, ele cedeu fácil assim.

Theodore O’Callaghan

Logo Caron entrava em seu prédio e só ficavam os dois.
Notou ela hesitar em aceitar seu braço, e até pensou em dizer que ela não precisava aceitar o gesto, ele só não queria mesmo que ela acabasse escorregando na neve ou podia se machucar. Mas antes que tivesse tempo de o fazer ela ajeitava o casaco e prendia seu braço no dele.
A mão dela roçou a dele, mas quase não sentiu devido a como as suas estavam frias. A escutou e viu como ela já se movia para retirar o casaco que ele estendeu à ela.
–Não, não. – falou ficando de frente para a garota e prendendo direito o casaco para não cair dos ombros dela –Se você tirar e for andando no frio vai se resfriar e eu não estarei cumprindo o que acabei de prometer para Caron. – piscou pra ela com outro de seus sorrisos de canto –Não se preocupe tanto, Gem. Eu vou ficar bem. Prometo. – falou –É só que você é mais importante agora. Digo.. Pra mim é mais importante...Você.. Eu não estou me explicando bem. – deixou um pequeno riso escapar –Resumindo: eu quero que você use o casaco até chegarmos em sua casa e eu saiba que vai estar aquecida. – falou com seu sorriso gentil e um pequeno ar de riso por ter se embaralhado antes.

Parou de andar quando o homem se colocou à sua frente e ajeitava o casaco nela novamente. Um riso escapou os lábios da mulher ao ver ele se atropelar nas palavras. Jemma nunca tinha visto alguém fazer isso antes, geralmente era ela que se atrapalhava toda. Ela só esperou que ele não ficasse aborrecido por ela ter rido.

Queria dizer para ele que ele ia se resfriar e que ela ficaria bem, mas não falou, pois ele disse para ela não se preocupar tanto. Era meio difícil quando ela ficava pensando que as mãos dele estavam tão frias.

- Tudo bem - ela sorriu de volta para ele, sentindo as orelhas esquentarem. - Obrigada.